Título: | Soberania popular e responsabilidade eleitoral : fundamentos constitucionais do direito de retirada do voto |
Autor(es): | Farias, Neirivane Gama Lobão |
Orientador(es): | Silva Júnior, Gladstone Leonel da |
Assunto: | Soberania Voto Brasil - política e governo |
Data de apresentação: | 17-Jul-2025 |
Data de publicação: | 17-Out-2025 |
Referência: | FARIAS, Neirivane Gama Lobão. Soberania popular e responsabilidade eleitoral: fundamentos
constitucionais do direito de retirada do voto. 2025. 100 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2025. |
Resumo: | Este trabalho propõe uma abordagem crítica sobre a responsabilização política
decorrente do descumprimento de promessas eleitorais, com ênfase na legitimidade
da retirada do voto como forma de controle popular e expressão do princípio
democrático. Partindo da compreensão do voto como um direito político fundamental
consagrado pela Constituição Federal, defende-se o reconhecimento do direito ao
arrependimento eleitoral — ou direito de retirada do voto — como corolário lógico do
sufrágio ativo. Se votar é expressão da soberania popular, retirar o voto também o é,
devendo ser reconhecido como mecanismo legítimo de responsabilização dos
representantes e de recomposição da vontade popular ao longo do mandato. A
pesquisa analisa o fenômeno do estelionato eleitoral — entendido como o
descumprimento deliberado de promessas de campanha — à luz de seus impactos
sobre o Estado Democrático de Direito e a crise de representatividade. Embora não
se proponha a criminalização da mentira política, reconhece-se que sua recorrência
compromete a legitimidade do sistema representativo e evidencia a carência de
instrumentos normativos capazes de conferir eficácia ao princípio da soberania
popular entre eleições. O direito de retirada do voto, neste contexto, surge como
resposta democrática à disfunção institucional provocada pelo distanciamento entre
representantes e representados. Embora experiências internacionais revelem
soluções institucionais como o mandato revocatório (recall), a presente proposta não
se limita à sua adoção no Brasil, reconhecendo os óbices estruturais, jurídicos e
políticos que inviabilizam sua imediata implementação. Utiliza-se, como método, a
abordagem qualitativa de cunho teórico e analítico, com base em revisão bibliográfica
e documental, valendo-se de obras doutrinárias, artigos acadêmicos e fontes
jornalísticas e institucionais. Conclui-se, contudo, que o direito de retirada do voto —
mesmo desvinculado de efeitos jurídicos — deve ser reconhecido como direito político
fundamental, apto a fortalecer a accountability democrática, resgatar a confiança no
processo eleitoral e contribuir para a construção de uma democracia mais substantiva
e responsiva. |
Abstract: | This paper presents a critical approach to political accountability in cases of broken
electoral promises, with emphasis on the legitimacy of vote withdrawal as a means of
popular control and an expression of the democratic principle. Based on the
understanding of voting as a fundamental political right enshrined in the Brazilian
Federal Constitution, the study advocates for the recognition of the right to electoral
regret — or the right to withdraw one’s vote — as a logical corollary of active suffrage.
If voting is an expression of popular sovereignty, then withdrawing the vote should also
be recognized as such, serving as a legitimate mechanism for holding representatives
accountable and restoring the popular will throughout the term. The research analyzes
the phenomenon of electoral fraud — understood as the deliberate breach of campaign
promises — in light of its impact on the Democratic Rule of Law and the crisis of
representativeness. Although it does not propose the criminalization of political deceit,
the recurrence of such behavior undermines the legitimacy of the representative
system and reveals a lack of normative instruments capable of giving effect to the
principle of popular sovereignty between elections. In this context, the right to withdraw
the vote emerges as a democratic response to institutional dysfunction caused by the
gap between representatives and the represented. While international experiences
show institutional solutions such as the recall, this proposal is not limited to its adoption
in Brazil, acknowledging the structural, legal, and political barriers that hinder its
immediate implementation. The research employs a qualitative, theoretical, and
analytical approach, based on bibliographic and documentary review, drawing on
doctrinal works, academic articles, and journalistic and institutional sources. It
concludes that the right to withdraw the vote — even without legal effects — must be
recognized as a fundamental political right, capable of strengthening democratic
accountability, restoring trust in the electoral process, and contributing to the
development of a more substantive and responsive democracy. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2025. |
Licença: | A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor que autoriza a Biblioteca Digital da Produção Intelectual Discente da Universidade de Brasília (BDM) a disponibilizar o trabalho de conclusão de curso por meio do sítio bdm.unb.br, com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 International, que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que seja citado o autor e licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação desta. |
Aparece na Coleção: | Direito
|
Todos os itens na BDM estão protegidos por copyright. Todos os direitos reservados.