| Título: | Alquimia poética: a posse subjetiva das paisagens do cárcere. Tempo histórico, sujeiro e espaço na poesia de Alex Polari |
| Autor(es): | Valdevino, Ana Carolina de França |
| Orientador(es): | Faria, Daniel Barbosa Andrade de |
| Assunto: | Ditadura militar Polari, Alex, 1950- Poesia |
| Data de apresentação: | 23-Jul-2025 |
| Data de publicação: | 8-Dez-2025 |
| Referência: | VALDEVINO, Ana Carolina de França. Alquimia poética: a posse subjetiva das paisagens do cárcere. Tempo histórico, sujeiro e espaço na poesia de Alex Polari. 2025. 31 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em História) — Universidade de Brasília, Brasília, 2025. |
| Resumo: | O presente trabalho tem como objetivo analisar a construção poética de Alex Polari, bem
como apontar seus entrecruzamentos e a criação de uma temporalidade histórica dentro de
seus versos. Tendo o choque e a experiência do eu-lírico como centro, a hipótese levantada é
a de uma escrita poética permeada pela experiência e subjetividade, sendo essa forjada pela
violência da ditadura militar e seu aparato repressivo, dentro das celas do carcére, em que
experimentou a desumanização imbricada pela tortura.
Para evidenciar esse sujeito partido por uma suspensão temporal e ruptura causada pelo
trauma do golpe militar, propõe-se a palavra poética, utilizando como apoio conceitos
analíticos de Ezra Pound para compreender a fonte poética em sua unicidade, em um diálogo
sobre experiências de choque e narrativa, ancoradas em Walter Benjamin.
Assim, buscaremos evidenciar a fonte analisada como além de um testemunho, uma vez
que narra horrores vividos, de dentro das celas do carcére e é desveladora do submundo da
tortura, como também proporemos uma linha analítica de quebra, uma ruptura de um tempo
histórico propiciado pela repressão e que inaugura uma nova temporalidade sob o signo da
repressão, violência e interdito.
Esse tempo histórico está expresso de tal forma na poesia de Polari, que também
apresenta recortes temporais abruptos, um olhar em retrospecto com nostalgia, tendo como
marcador relevante o golpe militar. Além destes, exemplificaremos como a materialidade da
repressão foi desenhada em sua poética, na qual é observável o estabelecimento de
procedimentos e rotinas, bem como antessalas da tortura e vigilância.
Por fim, verificamos como a sua poesia ecoou e qual o significado produziu entre as
celas da prisão e para a comunidade de informações e repressão da ditadura militar, que
também se ocupou em produzir diligências acerca do seu livro de poesias. |
| Abstract: | This paper aims to analyze the poetic construction of Alex Polari, as well as to highlight
its intersections and the creation of a historical temporality within his verses. Centered on the shock and experience of the lyrical self, the hypothesis raised is a poetic writing permeated
by experience and subjectivity, forged through the violence of the military dictatorship and its
repressive apparatus, within the prison cells where the poet underwent dehumanization
embedded in torture.
To highlight this fragmented subject, suspended in time and ruptured by the trauma of the
military coup, we propose to explore the poetic word, using analytical concepts from Ezra
Pound to understand the poetic source in its uniqueness, in dialogue with experiences of
shock and narrative, anchored in Walter Benjamin.
Thus, we aim to demonstrate that the analyzed source is more than a testimony—although
it recounts lived horrors from inside prison cells and reveals the underworld of torture—it
also allows us to propose an analytical line of rupture, a break in historical time brought by
repression, which inaugurates a new temporality marked by repression, violence, and
prohibition.
This historical time is expressed so distinctly in Polari’s poetry that it also presents abrupt
temporal fragments and a retrospective gaze filled with nostalgia, where the military coup
serves as a key marker. In addition, we will exemplify how the materiality of repression is
portrayed in his poetics, in which the establishment of procedures and routines, as well as
antechambers of torture and surveillance, can be observed.
Finally, we examine how his poetry resonated and what meaning it produced within the
prison cells and for the community of intelligence and repression of the military dictatorship,
which also took measures to investigate his book of poetry. |
| Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, 2025. |
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| Aparece na Coleção: | História
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