Título: | Crianças exploradas, “menores” encarcerados : a criminalização das vítimas de trabalho infantil no comércio varejista de drogas pelo TJDFT |
Autor(es): | Brito, Juliana Scandiuzzi Nylander |
Orientador(es): | Dutra, Renata Queiroz |
Coorientador(es): | Gontijo, Rogério Bontempo Cândido |
Assunto: | Trabalho infantil Internação provisória Adolescentes infratores Tráfico de drogas |
Data de apresentação: | 15-Jul-2025 |
Data de publicação: | 15-Out-2025 |
Referência: | BRITO, Juliana Scandiuzzi Nylander. Crianças exploradas, “menores” encarcerados: a criminalização das vítimas de trabalho infantil no comércio varejista de drogas pelo TJDFT. 2025. 87 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2025. |
Resumo: | Esta pesquisa analisa os fundamentos utilizados pelo sistema de justiça do Distrito Federal
para justificar a internação provisória de adolescentes que trabalham no comércio varejista de
drogas, partindo da hipótese segundo a qual a seletividade racial, envolvida tanto no
entendimento do que é trabalho, como no do que é crime, ocupa um papel central na
legitimação da aplicação do paradigma punitivo, ao revés do paradigma protetivo prescrito
pela Convenção 182/OIT. Com base na análise de conteúdo, pensada por Bardin, são
examinados oito acórdãos das Turmas Criminais do TJDFT, proferidos em 2024, que
mantiveram ou decretaram a internação provisória por ato infracional análogo ao art. 33 da
Lei 11.343/2006. Os resultados revelam quatro eixos determinantes: (I) local das abordagens
policiais; (II) reiteração infracional; (III) defesa da sociedade, representada por valores
jurídicos abstratos; e (IV) colocações de ordem moral/disciplinar. Conclui-se que a prática
judicial reforça um sistema penal cautelar que antecipa a pena e, ao fixar o traficante como
inimigo social, apaga sua condição de vítima de trabalho infantil, contrariando compromissos
constitucionais e internacionais. |
Abstract: | This study examines the arguments used by the Federal District’s justice system to justify the
pre-trial detention of adolescents working in the retail drug trade. It starts from the
hypothesis that racial selectivity – shaping notions of both “work” and “crime” – plays a
central role in legitimising the punitive paradigm, rather than the protective paradigm
prescribed by ILO Convention 182. Drawing on Bardin’s content-analysis method, the
research reviews eight rulings issued in 2024 by the Criminal Chambers of the Federal
District and Territories Court of Justice (TJDFT) that upheld or ordered pre-trial detention
for an offence analogous to drug trafficking. The findings reveal four decisive axes: (I) the
locations of police stops; (II) the construction of repeat offending; (III) appeals to the
“defence of society” through abstract legal values; and (IV) moral or disciplinary discourse.
Ultimately, judicial practice ratifies a precautionary penal system that anticipates punishment
and, by casting the drug dealer as a social enemy, erases their status as victims of child
labour, contravening both constitutional and international commitments. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2025. |
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Aparece na Coleção: | Direito
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