Sol Nascente e a exclusão comunicacional : o olhar de pessoas das classes D e E que convivem no Sol Nascente/Pôr do Sol

Abstract

O presente trabalho de conclusão de curso é baseado em pesquisa que ampara documentários e analisa como as pessoas das classes D e E que convivem no Sol Nascente são impactados pela exclusão comunicacional digital, que é a desigualdade no acesso à Internet e às Tecnologias de Informação e a Comunicação (OECD 2001). A fim de compreender as dificuldades no consumo de notícias e informações através da Internet e aparelhos eletrônicos, como celular, computador e tablet, foi produzido um documentário com entrevistas em profundidade com participantes do movimento Cozinha Solidária e dos Institutos Mãos Solidárias (IMS) e Abraço Solidário (IAS) - Organizações Não Governamentais que fazem parte da Região Administrativa do Distrito Federal observada neste projeto. O Sol Nascente é considerado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) a maior favela do Brasil, configurada, assim, na maior área degradada de uma cidade, caracterizada por moradias precárias, miséria e falta de segurança de posse (UN-Habitat), com isso, sabe-se que a cobertura de jornais locais ocorre de forma significativa. Para entender se há influência midiática, a pesquisa aplica a análise crítica do discurso nas coberturas dos portais de notícias Metrópoles, Balanço Geral, Correio Braziliense e Jornal de Brasília, em comparação com as reportagens referente às cidades Taguatinga, Águas Claras, Asa Sul, Asa Norte e até mesmo Ceilândia, que também são pertencentes ao Distrito Federal. Além disso, o trabalho faz uso do método empírico nas entrevistas, pautado na experiência e observação dos entrevistados. Esta pesquisa observa, também, as Políticas Públicas de Comunicação já aplicadas em outras regiões do país e que podem viabilizar um crescimento exponencial da comunicação do grupo documentado. Inclusive, o estudo considera o uso da internet essencial, principalmente por se conduzir na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n. 185, 19 de dezembro de 2015, criada pela Câmara dos Deputados; e na PEC n. 6, 02 de março de 2011, que pretendia inserir o direito de acesso à internet entre os direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição Federal, os quais firmam o compromisso do Estado em incluir essa conexão como um direito humano e fundamental, tal qual o direito à informação. Portanto, foi elaborada e encaminhada um Projeto de Lei Complementar para a Câmara dos Deputados, por meio do Banco de Ideias e também apresentado ao Deputado Distrital Pastor Daniel de Castro, a fim de expandir o projeto governamental Wifi Social, visto que, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD sobre o módulo de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC de 2022 divulgada pelo IBGE ressalta que dentre os 185,4 milhões de entrevistados, somente 8,9% utilizaram internets gratuitas, já entre os estudantes de escolas públicas, 26,7% se conectaram por este meio. A sugestão, que foi criada em parceria com o Instituto Mãos Solidárias, acredita que deve ser implementada a Rede Metropolitana Sem Fio: WMAN, com alcance de dezenas de quilômetros, tornando-se acessível aos três trechos do Sol Nascente. A produção do documentário é, também, uma parceria com o IMS graças aos coordenadores José Uelder e Juliana Souza que vão divulgar o conteúdo em palestras, apresentações e outras ações sociais da ONG. Além deste impacto, o trabalho visa causar reflexões nos futuros jornalistas para que sejam idealizados outros meios de comunicação e para destacar ao Estado o silenciamento enfrentado pela comunidade que têm sido assistida pelas Organizações Não Governamentais.