Avaliação de retardantes de chamas em escala laboratorial : sistemas embarcados e triagem de retardantes para queimas em campo

Abstract

O presente trabalho buscou contribuir para a análise dos impactos causados pelo uso de retardantes de chamas no combate a incêndios florestais (IF) no bioma Cerrado. Os retardantes de chamas são utilizados em países da Europa e da América do Norte em lançamentos aéreos para combater incêndios de grande magnitude ou em locais de difícil acesso. No Brasil o uso deste tipo de substância no combate a IF é recente e não existe legislação específica. Assim, como os IF podem causar diversos impactos socioeconômicos e ambientais, o mau uso dos retardantes de chamas também apresenta um risco para o meio ambiente e para a saúde humana. Neste cenário o projeto PROMETEU desenvolve desde 2015 uma Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) do combate a IF, com ênfase no uso de retardantes de chamas sob diferentes condições de combate. Este trabalho de conclusão de curso representa uma pequena parte dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do projeto PROMETEU e focou nos impactos operacionais e na eficácia de retardo dos produtos sob condições de combate direto com bomba costal, diferente do uso convencional com aeronaves. Sobre a eficácia, os dados foram obtidos em escala laboratorial, utilizando uma câmara de combustão, a sonda Osíris, por meio da qual a cinética de perda de massa (CPM) e a temperatura entre duas bandejas (com retardante e controle) foram analisadas em queimas simultâneas. Os impactos operacionais foram observados nas queimas em escala laboratorial e principalmente em campo, onde brigadistas do Prevfogo/Ibama participaram dos experimentos. A Osíris desempenhou um papel importante na análise da eficácia dos retardantes antes dos mesmos serem testados em campo. Com a sonda Osiris foi possível selecionar os produtos com melhor potencial retardante, ajustando suas concentrações e taxas de aplicação (l/m²), evitando que tempo e recursos fossem gastos em campo desnecessariamente. Dentre os sete produtos testados na Osíris, três foram selecionados para ir a campo. As parcelas das queimas em campo serão monitoradas ao longo do tempo por outros pesquisadores do projeto PROMETEU. Pesquisas direcionadas a cada bioma devem ser realizadas, pois mesmo que outros países utilizem essa tecnologia, a realidade no Brasil é diferente. O uso de retardantes de chamas deve ser feito com cautela. Mais importante do que adotar uma nova tecnologia de combate é prevenir os incêndios, manejar adequadamente o fogo e fortalecer as instituições públicas responsáveis.