Uso da metodologia indutiva e estudo de caso para avaliação e seleção de parâmetros para microfresamento de Inconel 718

Abstract

Atendendo a crescente demanda de miniaturização de componentes tecnológicos, os processos de fabricação vêm sendo inovados cada vez mais para atender tal necessidade a níveis de qualidade elevados. A microusinagem em si participa desse âmbito de evolução, e apesar de seu processo ser semelhante ao tradicional, ele não é apenas a sua simples redução. O motivo para esta diferença é o chamado efeito escala, caracterizado pelo aumento exponencial da energia específica de corte e que ocorre, pois, as dimensões da ferramenta são da mesma magnitude da microestrutura do material usinado. Assim, é necessário atentar-se aos parâmetros de corte para que seja possível a formação de cavaco, entende-se que para tal condição, a espessura de corte deve ser maior que o raio de de ponta da ferramenta a fim de evitar a formação de fenômenos indesejados que resultem em uma usinagem de baixa qualidade. Dentre as ligas de interesse industrial, o Inconel 718 destaca-se devido às suas boas propriedades termomecânicas, no entanto é reconhecidamente uma liga de baixa usinabilidade. Tal fator se torna ainda mais crítico na microusinagem devido as altas taxas de desgaste da ferramenta e dificuldades na formação do cavaco, assim, poucas são as pesquisas e as discussões sobre o microfresamento desta liga existentes até o presente momento. Com isso, esse trabalho tem como objetivo o estudo teórico do microfresamento do Inconel 718 para obtenção de parâmetros de corte, seleção de microfresas e fluidos de corte, que possam favorecer e facilitar a aplicação do microfresamento da liga. Para isso utiliza-se a metodologia indutiva e de estudos de caso somadas a metodologia de revisão bibliográfica, resultando na compreensão de como os fatores citados influenciam no acabamento das peças de Inconel 718 microfresadas e também no desgaste da ferramenta diante a variação de condições e parâmetros de corte. Por fim, observa-se determinadas circunstâncias favoráveis para execução da atividade, como utilização de ferramentas com revestimento e fluido lubrificante de corte. Diante dos estudos levantados, sugere-se a adoção do valor de 5 𝜇m/aresta como avanço e 0,1 mm de profundidade de corte utilizando uma ferramentas revestidas de AlTiN. Por outro lado, não aconselha-se executar o microfresamento de Inconel 718 com comprimentos de usinagem elevados e também a utilização de ferramentas com elevado raio de aresta de corte combinadas a estreitos avanços e profundidades de corte.