Título: | O artigo ininteligível : a processualística dos tratados internacionais no Primeiro Reinado sob a Constituição do Império (art. 102, §8º) |
Autor(es): | Araújo Junior, Antonio José Marques de |
Orientador(es): | Seelaender, Airton Lisle Cerqueira Leite |
Assunto: | Brasil. Constituição (1824) Tratados Ratificação de tratados |
Data de apresentação: | 23-Set-2022 |
Data de publicação: | 19-Jan-2023 |
Referência: | ARAÚJO JUNIOR, Antonio José Marques de. O artigo ininteligível : a processualística dos tratados internacionais no Primeiro Reinado sob a Constituição do Império (art. 102, §8º). 2022. 135 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Resumo: | Muitos estudiosos compreendem a ratificação de tratados como um instituto imutável ao
longo do Império Brasileiro (1822-1889). Para tais autores, haveria um critério de
competência material seguido durante todo o período, apesar da processualística estabelecida
pela Constituição de 1824 (art. 102, §8º). Da mesma forma, o uso de decretos para
internalizar tratados é geralmente descrito como constante desde a Independência. Entretanto,
o costume seguido no Segundo Reinado (1840-1889) e a doutrina constitucional de então não
devem ser confundidos com os procedimentos usados durante o Primeiro Reinado (1822-
1831). Embates entre o parlamento e o governo envolvendo a interpretação do art. 102
levaram a uma mudança de atitudes do último. A processualística dos tratados foi
desenvolvida por Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, que concebeu uma prerrogativa real
modulada pela responsabilidade ministerial. Já durante o Reino Unido de Portugal, Brasil e
Algarves, a busca por uma capacidade autônoma para fazer tratados havia se iniciado, como
retratado nas discussões das Cortes portuguesas. O alijamento do Poder Legislativo do
processo de ratificação recebeu reações mistas dos jornais e juristas da época. O art. 102, §8º
foi inspirado pelas Constituições da Noruega e do Reino Unido dos Países Baixos. Uma
multiplicação de decretos promulgando tratados se deu na segunda metade do século XIX.
Não obstante, no Primeiro Reinado a execução de tratados foi levada a cabo pela mera
publicação das cartas de ratificação, identificadas como de Cartas de Lei. |
Abstract: | The ratification of treaties is understood by many scholars as an unchanging institution
throughout the Brazilian Empire (1822-1889). These authors argue that despite the treatymaking process established by the Constitution of 1824 (article 102, paragraph eight), a
material competence criterion was followed during all this period. Likewise, the
internalization of treaties using decretos is often described as continuous since the Brazilian
Independence. However, the formal proceedings used during the reign of D. Pedro I (1822-
1831) should not be confused with the custom followed in the reign of D. Pedro II (1840-
1889) and the constitutional doctrine of then. Conflicts between the parliament and the
government involving their interpretations of the article 102 led to some attitude changes from
the latter. The imperial treaty-making process was developed by Antonio Carlos Ribeiro de
Andrada who conceived a monarch‘s prerogative modulated by the ministerial responsibility.
The pursuit of an autonomous treaty-making capacity had already initiated during the United
Kingdom of Portugal, Brazil and Algarves depicted in the discussions of the Portuguese
Constituent Cortes. The alienation of the Legislative Authority from the ratification process
received mixed reactions from the newspapers and jurists of that time. The article 102,
paragraph eight was inspired by the Norway‘s and United Netherlands' Constitution. In the
second half of the 19th century, the Brazilian monarchy saw a multiplication of decretos
promulgating treaties. Nevertheless, amid the reign of D. Pedro I the execution of treaties was
carried out by the simply publication of the instrument of ratification, identified as Cartas de
Lei. |
Informações adicionais: | ARAÚJO JUNIOR, Antonio José Marques de. O artigo ininteligível : a processualística dos tratados internacionais no Primeiro Reinado sob a Constituição do Império (art. 102, §8º). 2022. 135 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Informações de Acesso e Conteúdo: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2022. |
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