Hepatite C : um estudo ecológico sobre o perfil epidemiológico, distribuição espacial e temporal de casos notificados entre 2007 e 2015

Abstract

A infecção por Hepatite C (HCV) constitui um problema mundial de saúde pública, atingindo principalmente a população acima de 40 anos. O objetivo desse estudo foi a análise da incidência do HCV entre os anos de 2007 a 2015, em função da Região Geográfica/Unidades Federativas. Utilizou-se o “estudo ecológico” como método epidemiológico. Para o cálculo do coeficiente de incidência foram considerados os casos confirmados e notificados de 2007 a 2015 e a população de cada estrato segundo o censo de 2010. No Brasil, foram registradas cerca de 130 mil notificações de casos confirmados de infecção por HCV no período investigado. As taxas de incidência de Hepatite C são variáveis, com a maioria das notificações centralizadas nas regiões mais populosas, como a Sul e a Sudeste (53,23 e 35,16 para o sexo feminino, e 68,18 e 42,28 para sexo masculino, respectivamente, para cada 100 mil habitantes). Os dados indicam que há maior incidência no sexo masculino (76,42), em comparação com o feminino (55,54). A hepatite C, afeta preferencialmente a população na faixa etária entre 40-69 anos (o maior coeficiente de incidência do sexo feminino corresponde a 143,84 e o masculino 182,74). A taxa de mortalidade também é maior na população masculina, e o maior número de mortes relacionadas ao HCV está concentrado nas Regiões Sul e Sudeste do país (taxa de mortalidade 2.549,00 e 1.822,00 respectivamente). As principais formas de transmissão da infecção pelo HCV são o uso de drogas injetáveis (14.808 casos), transfusão de hemoderivados de portadores não rastreados anti-HCV (11.927 casos), via sexual (9.532 casos), tratamento cirúrgico/dentário (7.644 casos), hemodiálise (658 casos) e acidente de trabalho (515 casos). Além disso, fez-se a análise das compras dos medicamentos para o HCV, feitas pelo Ministério da Saúde, de 2007 a 2015, durante o período estudado, notou-se que houve um aumento no gasto dos medicamentos selecionados entre 2014 e 2015 (aproximadamente 950 milhões de reais). Os achados demonstram que a doença apresenta taxas expressivas da doença e de óbito, que os valores gastos com o tratamento são altos. Para melhorar este cenário é necessário que se promova campanhas de prevenção, a fim de se controlar essa infecção.