Título: | Mulheres no tráfico : o aumento do encarceramento feminino e sua relação com o endurecimento da Lei de Drogas |
Autor(es): | Barbosa, Beatriz Ferreira |
Orientador(es): | Táboas, Ísis Dantas Menezes Zornoff |
Assunto: | Mulheres encarceradas Tráfico de drogas Criminologia Racismo Gênero - relações Brasil. Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006 Drogas - criminalização Drogas - políticas proibicionistas |
Data de apresentação: | 2017 |
Data de publicação: | 4-Jan-2018 |
Referência: | BARBOSA, Beatriz Ferreira. Mulheres no tráfico: o aumento do encarceramento feminino e sua relação com o endurecimento da Lei de Drogas. 2017. 61 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. |
Resumo: | Esta monografia tem por objetivo compreender o crescimento da criminalização de mulheres e, consequentemente, o aumento da população carcerária feminina no sistema prisional brasileiro, após a entrada em vigor da Lei nº 11.343/2006. A pesquisa baseia-se na criminologia crítica, no controle penal e no racismo estrutural de nossas instituições, para analisar os fatores que tem levado cada vez mais mulheres negras para os presídios, na tentativa de entender quais são os verdadeiros objetivos do projeto político de guerra às drogas implementado no Brasil. Verificou-se que o perfil de mulheres nessa situação é muito parecido e que diferente do esperado, muitas delas se envolvem com drogas na tentativa de ascender socialmente, e não apenas por influências de homens. Sendo assim, foi possível concluir que o tráfico é visto por muitas mulheres como uma maneira de conseguir trabalhar, cuidar da família e ganhar poder. Porém, há muitas variáveis incluídas no aumento do encarceramento de mulheres, existe uma relação direta e muito importante com o tráfico de drogas, mas só é possível compreender o todo se considerarmos os fatores raciais, de gênero e políticos envolvidos. A guerra às drogas não é uma batalha contra substâncias e sim contra pessoas. A verdade é que a temática do encarceramento feminino e sua relação com o tráfico de drogas tem como ponto central a raça. A mesma raça que estrutura o sistema penal. O Estado tem um projeto genocida que pretende eliminar os corpos negros, logo, mata-se os homens e prende-se as mulheres. Assim, a ausência de políticas públicas que protejam essa população mais vulnerável é provocada conscientemente. |
Abstract: | This dissertation’s goal is to understand the growing criminalization of women and therefore, the increase of the female imprisoned population in the Brazilian prison system after the 11.343/2006 Law. The research is based on the critical criminology, penal control and structural racism of our institutions, to analyze the factors that have led more and more black women to the prisons in an attempt to understand what are the real objectives of the political drug war project implemented in Brazil. It has been found that the profile of women in this situation is very similar and that other than expected, many of them engage with drugs in an attempt to ascend socially, not just because of male influences. Therefore, it was possible to conclude that trafficking is seen by many women as a way to get work, take care of the family and gain power. However, there are many variables involved in increasing the incarceration of women, there is a direct and very important relation with drug trafficking, but it is only possible to understand the whole picture if we consider the racial, gender and political factors involved. The war on drugs is not a battle against substances but against people. The truth is that the issue of female incarceration and its relationship to drug trafficking is centered on race. The same race that structures the penal system. The state has a genocidal project that aims to eliminate the black bodies, killing the men and arresting the women. Therefore, the lack of public policies that protect this vulnerable population is consciously provoked. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2017. |
Aparece na Coleção: | Direito
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