Resumo: | O sucesso em ações de cooperação atualmente é considerado uma exceção e não uma regra, muito embora parte da literatura sublinhe tão somente os possíveis ganhos e vantagens proporcionados pelas parcerias entre empresas. Sendo um esforço entre os envolvidos para enfatizar o coletivo em detrimento do individual, autores reconhecem a complexidade e a dificuldade de estabelecer a cooperação no ambiente empresarial. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo analisar dificuldades para se estabelecer relações sociais de cooperação entre os hotéis de Brasília, à luz dos fatores críticos e casos registrados pela literatura. Em conjunção, buscou-se compreender variáveis possivelmente associadas às dificuldades. Buscou-se, também, identificar as ações de cooperação entre os hotéis. Para o alcance dos objetivos desse estudo descritivo, foi realizada pesquisa de campo com vinte e oito hotéis. A consolidação e análise dos dados pautaram-se em análise estatística descritiva e teste de associação. Os resultados deixam a entrever um cenário competitivo amistoso entre os hotéis de Brasília, composto por ações de cooperação não densas, sendo a troca de informações a ação mais corriqueira. Além disso, de acordo com a percepção dos entrevistados, a ausência de suporte de entidades governamentais é o principal fator que dificulta o estabelecimento de parcerias entre eles, seguido pela falta de interesse alheio em cooperar, isto é, dos demais hotéis da região, assim como a falta de tempo para as reuniões com outros empresários. A carência de capital financeiro, o desconhecimento dos benefícios proporcionados pela cooperação e a falta de interesse próprio em cooperar com os demais foram as dificuldades menos expressivas. Dessa forma, embora haja boa vontade dos gerentes em colaborar com os demais e não seja evidenciada competição predatória entre eles, tais fatores não se mostraram suficientes para a existência de ações de cooperação mais complexas, corroborando, assim, com alguns estudos da literatura, porém, contrastando com outros. Por fim, quanto aos testes de associação do qui-quadrado, as análises estatísticas não revelaram correlação entre as dificuldades elencadas e as variáveis: tempo de atuação dos hotéis na região, porte, localização geográfica e o pertencimento a redes de bandeira. |