Estimativa e avaliação de modelo digital topobatimétrico de águas rasas com o uso de aeronave remotamente pilotada e câmera convencional : estudo de caso da margem do Lago Paranoá, Brasília, DF

Abstract

A demanda por Modelos Digitais Topobatimétricos (MDTBs) de alta resolução espacial e precisão posicional é uma realidade no que tange a gestão de reservatórios d’água de médio a grande porte. MDTBs obtidos pela integração de nuvens de pontos LiDAR e sonar são geralmente utilizados, porém estes apresentam problemas de falta de informação nas margens rasas de corpos d’água. Tal falta de informação é resolvida por interpolação, que resultam em baixa confiabilidade altimétrica. Portanto, buscando alternativa ao problema apresentado, o presente trabalho investiga e avalia o uso de metodologia envolvendo Aerofotogrametria Digital utilizando Aeronaves Remotamente Pilotada como ferramenta integrativa de aquisição de dados topográficos de margens de reservatórios d’água. Como primeira etapa, foi definido o número mínimo de pontos de controle necessários para execução de um aerolevantamento linear de borda de reservatório. Em seguida, por análise estatística, foi avaliada a qualidade posicional do MDTB gerado, tanto na porção emersa quanto na porção submersa do terreno, tendo como referência pontos de verificação GNSS em campo. Com base nos resultados alcançados na área de estudo, foi possível sugerir que o MDTB gerado é qualitativamente consistente até uma profundidade de 0,9 m. Já do ponto de vista quantitativo, segundo o Padrão de Exatidão Cartográfica (PEC) brasileiro e adotando escala de 1:2000, verificou-se Classe A para as diferenças planimétricas considerando a porção submersa e emersa, e Classe B e A para as diferenças altimétricas da porção submersa e emersa do MDTB, respectivamente. Por fim, constatou-se, por meio de análise de regressão linear, que a altura da coluna d’água acima do terreno apresenta 76% de correlação com o aumento dos erros altimétricos, sugerindo forte controle dos erros por parte do fenômeno de refração da luz. O MDTB fotogramétrico conseguiu recobrir entre 30 e 100% do vazio de dados batimétricos existentes na porção rasa da área de estudo. Com este trabalho concluímos que o MDTB fotogramétrico mostrou ser uma solução eficiente que pode atuar de forma complementar ou até mesmo substituir o uso de LiDAR aerotransportado para levantamento topográfico de margens de reservatórios d’água.