Ambientes polares : uma percepção nos anos finais do ensino fundamental

Abstract

Os Ambientes Polares são extremamente importantes para a dinâmica climática global, além de possuírem relevância geopolítica por conta de suas reservas de água e minerais e possuírem um grande potencial biotecnológico. Assim, é de muito importante que haja a presença de assuntos relacionados a esses ambientes em todos os níveis educacionais. Entretanto, no Brasil, há uma defasagem na educação polar, que não é abordada em livros didáticos e não faz presença nos currículos do ensino básico. Isso posto, este trabalho buscou entender a Percepção Ambiental de alunos dos anos finais do ensino fundamental do Centro de Ensino Fundamental 410 Norte sobre a Antártica e o Ártico, formando assim um diagnóstico que pode facilitar o planejamento de futuras intervenções. Para isso foi feito um questionário com sete questões abertas e aplicado em seis turmas, três de oitavo e três de nono ano. As respostas foram compiladas em uma planilha e, a partir disso, selecionou-se categorias baseadas em palavras-chave encontradas nas respostas dos participantes. Após separar as respostas nas devidas categorias, produziram-se gráficos para a análise, além de haver uma seleção de respostas expostas, sem identificar os alunos. Após a análise, viu-se que a maioria dos alunos tem um conhecimento precário sobre assuntos polares, onde nenhuma planta recebeu destaque e apenas o frio foi muito citado sobre o ambiente físico. Os animais receberam mais atenção, com um grande enfoque em grandes vertebrados. Muitos alunos afirmam não terem aprendido sobre o assunto na escola, e mais de 70% afirmam terem aprendido em ambientes não formais, com grande destaque para o YouTube e o TikTok. Poucos alunos souberam citar características que diferenciassem o Ártico da Antártica e muitos se abstiveram de responder sobre o que acham que os Polos podem influenciar em suas vidas. Assim, concluiu-se que há uma lacuna no ensino-aprendizagem de temas polares, que faz com que os alunos enxerguem esses ambientes apenas como lugares frios e inabitáveis, sem relevância. Essa percepção equivocada sobre o Ártico e a Antártica faz com que esses jovens não entendam e não busquem participar de maneira ativa na luta pela preservação dos Polos e pela ciência polar. Dessa forma, vê-se uma necessidade da execução de atividades em Percepção Ambiental, tanto para fins diagnósticos para o melhor planejamento de intervenções com a Educação Ambiental, quanto para a mudança da imagem que as pessoas têm desses lugares, buscando assim uma imagem mais semelhante com a real de forma que possa despertar o afeto e interesse das pessoas pelos ambientes polares.