Ensino dos princípios éticos nos cursos de computação : percepções dos estudantes da UnB

Abstract

Contexto: À medida que os sistemas de inteligência artificial (IA) tornam-se cada vez maisintegradosàsociedade,garantirqueosprofissionaisdacomputaçãoestejampreparados com competências éticas é uma preocupação crescente. Embora muitas diretrizes internacionais enfatizem princípios éticos no desenvolvimento de IA, sua integração nos currículos de computação continua sendo inconsistente, especialmente no Brasil. Objetivo: Este estudo investiga as percepções de estudantes de computação sobre princípios éticos em IA, sua autoavaliação quanto à preparação para aplicá-los e a presença de disciplinascomfocoeméticanoscurrículosdegraduação. Método: Realizamosumapesquisa com 56 estudantes de graduação em computação da Universidade de Brasília (UnB). O questionário incluía itens na escala Likert sobre o grau de familiaridade dos estudantes com 21 princípios éticos da IA, sua percepção sobre a importância desses princípios e se tais tópicos foram abordados ao longo do curso. Estatísticas descritivas foram utilizadas para analisar os resultados, os quais são discutidos à luz da literatura. Resultados: A maioria dos estudantes percebe os princípios éticos como importantes e relatam alto grau de concordância quanto à sua relevância para a prática profissional. No entanto, existe uma lacuna significativa entre a importância percebida e a exposição curricular: embora a maioria dos estudantes concorde com a necessidade de aprender princípios éticos durante a graduação, um número substancial relata não ter tido uma disciplina dedicada ao tema. Alguns princípios, como Privacidade, Justiça e Transparência, foram classificados como altamente importantes e bem compreendidos, enquanto outros, como Prosperidade e Solidariedade, apresentaram menor familiaridade. Conclusões: Os achados destacam a necessidade urgente de integrar disciplinas específicas de ética nos currículos de computação. A alfabetização ética é importante não apenas para a competência técnica, mas também para a tomada de decisões responsável no desenvolvimento de sistemas de IA. Trabalhosfuturosincluemexpandiroestudoparaoutrasinstituiçõeseexplorarestratégias pedagógicas para o ensino de ética em IA nos cursos de computação.