Preferências de crianças e de seus pais em relação à sala de espera do consultório odontológico

Abstract

Objetivo: Construir, validar questionários e avaliar as preferências de crianças e de seus pais em relação à sala de espera do consultório odontológico, além de verificar associação entre estas preferências. Métodos: Este estudo transversal foi realizado por meio da aplicação de questionários eletrônicos a crianças e seus pais na Clínica Odontológica da Unidade de Saúde Bucal do Hospital Universitário de Brasília. A pesquisa ocorreu em duas fases: a primeira consistiu na construção e validação do questionário, por juízes e usando Índice de Validade de Conteúdo, e a segunda na aplicação dos questionários via Google Forms®. Uma estatística descritiva foi realizada e associações quanto ao sexo dos participantes e idade das crianças foram realizadas pelo Teste Exato de Fisher e associações entre as respostas das crianças e as dos pais pelo Teste Qui-quadrado. Resultados: Cerca de 33 crianças e 33 pais responderam os questionários, constituindo a maioria meninos (66,7%) e mulheres (63,6%). Quanto à sala de espera, grande parte dos respondentes gostaria que uma música fosse tocada, que houvesse algum cheiro, que tivesse paredes enfeitadas, com cartazes de higiene bucal, plantas e aquário. A maioria dos participantes não tinha preferência pelo sexo do recepcionista e concordou que a criança brincasse e fosse acompanhada pelo dentista da sala de espera até o consultório. Na análise das respostas de pais e crianças, houve diferença estatisticamente significante em tipo de música (p= 0,028), iluminação (p=0,044), cor das paredes (p=0,001) e canal de televisão (p=0,049). Na análise por sexo das crianças, houve diferença no sexo do recepcionista (p=0,004), tipo de música (p=0,049) e cor das paredes (p=0,016), e na dos pais, foi observada divergência quanto à vestimenta do recepcionista (p= 0,022) e se gostariam que o filho brincasse na sala de espera (p=0,015). Conclusão: Concluiu-se que houve concordância na maior parte das preferências de crianças e de seus pais em relação à sala de espera, principalmente quanto à presença de música, cheiro, paredes enfeitadas com cartazes de higiene bucal, plantas e aquário, e que o sexo dos participantes influenciou também nestas preferências.