Conhecimento e atitudes dos ortodontistas brasileiros no tratamento ortodôntico de pacientes em uso de bisfosfonatos

Abstract

Introdução: Os bisfosfonatos atuam como inibidores da reabsorção óssea, auxiliando no tratamento da osteoporose, hipercalcemia e outras alterações do metabolismo ósseo. A osteonecrose dos maxilares pode ser considerada um importante efeito adverso associado ao seu uso. Na Ortodontia ainda não foram relatados casos de osteonecrose induzida pela movimentação ortodôntico. Apesar disso, muitos ortodontistas ficam receosos diante da necessidade de tratar esses pacientes. Objetivo: Este estudo transversal teve como objetivo avaliar o conhecimento e atitudes dos ortodontistas sobre a influência dos bisfosfonatos no tratamento ortodôntico. Método: Um questionário com 17 questões foi criado e validado para este fim, sendo posteriormente enviado via mídias sociais para os participantes, que obrigatoriamente deveriam ser ortodontistas registrados em algum Conselho Regional de Odontologia. Os dados coletados foram analisados por meio de uma estatística descritiva, comparativa e de correlação. Resultados: 194 questionários foram recebidos e 185 incluídos na análise estatística. Uma pontuação média de 62,6% foi obtida pelos ortodontistas, apontando um conhecimento moderado sobre os bisfosfonatos. Com exceção da instituição de graduação, em que as públicas foram melhores, os fatores sociodemográficos avaliados não impactaram o conhecimento. Foi observada correlação positiva entre o conhecimento sobre os bisfosfonatos e a segurança no atendimento autodeclarados e o conhecimento observado no estudo. Profissionais que já atenderam pacientes que utilizavam bisfosfonatos ou que possuíam uma opinião estabelecida sobre a indicação do tratamento ortodôntico apresentaram um conhecimento melhor. Conclusão: Os ortodontistas possuem conhecimento moderado sobre a classe de medicamentos dos bisfosfonatos. As características sociodemográficas foram pouco relevantes para o nível de conhecimento. Quanto às atitudes, parece haver um estigma envolvendo os efeitos adversos desses medicamentos, o que pode levar a indicações e recomendações imprecisas.