Título: | A pejotização e a criminalização etiquetada : uma análise sob a ótica da diferenciação zaffaroniana no Brasil neoliberal |
Autor(es): | Carvalho, Ana Clara Barros de |
Orientador(es): | Duarte, Evandro Charles Piza |
Coorientador(es): | Kalkmann, Tiago |
Assunto: | Precarização Trabalho - precarização Trabalhadores |
Data de apresentação: | 11-Jul-2025 |
Data de publicação: | 9-Out-2025 |
Referência: | Carvalho, Ana Clara Barros de. A pejotização e a criminalização etiquetada: uma análise sob a ótica da diferenciação zaffaroniana no Brasil neoliberal. 2025. 105 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2025. |
Resumo: | A presente monografia visa a estudar a relação entre a pejotização das relações de trabalho
subordinadas, enquanto mecanismo de precarização do trabalho, e a criminalização
estigmatizante que impera secularmente no Brasil. Fá-lo sob a estrutura prevista por
Zaffaroni, na qual a diferenciação entre nós e eles (ou bons e maus; trabalhadores e
preguiçosos) entre pessoas da mesma comunidade - obtida pelo etiquetamento e a criação
criminal de um inimigo e reforçada pela fabricação física e midiática de uma insegurança - é
uma ferramenta para a debilitação de um diálogo que poderia ameaçar a ordem neoliberal.
Propagada sob a falácia da meritocracia, a diferenciação é influenciada pelas realidades da
vida laboral. Nesse contexto, a pejotização, ao desamparar o operário de seus direitos
trabalhistas e de sua proteção previdenciária futura, revela a intensificação do subproletariado
brasileiro, além de gerar um isolamento do trabalhador e uma competitividade entre colegas
de profissão que facilitam a reprodução de discursos que os dividam. Ademais, como favorece
a exploração laboral, é acolhida por uma propaganda de sobretrabalho que estigmatiza aqueles
que não se submetem a ela, reproduzindo as caricaturas da diferenciação. Esse fenômeno
convive com uma busca pela maximização da atuação punitivista penal em prol da defesa de
uma ordem pública que se confunde com ordem estamental. Nesse contexto, conclui-se que,
ainda que as condições de trabalho piorem e ainda que a punitividade penal alcance índices
elevadíssimos, o neoliberalismo se prepara antecipadamente para conter qualquer
possibilidade de diálogo dentro do subproletariado, por meio da diferenciação, a fim de
preservar as suas hierarquias estamentais. |
Abstract: | The present study aims to analyze the relationship between the phenomenon of “pejotização”
of the subordinated labor relations, as a mechanism of labor precarization, and the
stigmatizing criminalization that has historically reigned in Brazil. This analysis is conducted
within the theoretical framework proposed by Zaffaroni, in which the differentiation between
us and them (or good and bad; hardworkers and idle) within the same community - achieved
through the labeling approach and the criminal manufacture of an enemy and reinforced by
the physical and media-fueled manufacture of insecurity - serves as a tool to weaken any
dialogue that could pose a threat the neoliberal order. This differentiation, propagated under
the myth of meritocracy, is influenced by the material conditions of labor. In this context,
“pejotização”, as it strips the worker of their labor rights and their future social security
protection, reveals the intensification of the Brazilian subproletariat. It also fosters the
isolation of the worker and a competition-drive among peers thereby facilitating the
reproduction of divisive discourses. Furthermore, by promoting labor exploitation,
“pejotização” is embraced by a workaholic propaganda that stigmatizes those who do not
conform to it, reproducing the caricatures of the differentiation. This phenomenon coexists
with the increasing pursuit of punitive criminal policies, under the banner of defending a
public order that, in reality, mirrors and estate-based hierarchy. In this scenario, the
conclusion is that, despite the deterioration of working conditions and the high levels of
punitivism reached by the criminal prospect, neoliberalism prepares itself in advance to
neutralize any possibility of dialogue within the subproletariat through the mechanism of
differentiation, in order to preserve its hierarchical, estate-based structure. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2025. |
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