Título: | O congelamento extrajudicial de dados para fins de persecução penal a partir do HC 222.141/DF |
Autor(es): | Caldas, Yasmin Rodrigues |
Orientador(es): | Costa Neto, João |
Assunto: | Persecução penal Habeas-corpus Marco Civil da Internet Armazenamento de dados Direitos fundamentais |
Data de apresentação: | 7-Fev-2025 |
Data de publicação: | 18-Fev-2025 |
Referência: | CALDAS, Yasmin Rodrigues. O congelamento extrajudicial de dados para fins de persecução penal a partir do HC 222.141/DF. 2025. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2025. |
Resumo: | Este trabalho analisa, criticamente, a admissibilidade do congelamento extrajudicial
de dados no ordenamento jurídico brasileiro, com ênfase na preservação de dados de
conteúdo para fins de persecução penal. Adotou-se, como ponto de partida, o Habeas
Corpus 222.141/DF, que suscitou controvérsia sobre a aplicação dessa medida a
dados de conteúdo, uma vez que a aplicabilidade da medida sobre dados cadastrais,
registros de conexão e de acesso a aplicações de internet já era conformada pelo
Marco Civil da Internet. Aborda-se o aparente conflito com a Convenção de
Budapeste, cuja superveniência teria ampliado o escopo da medida também para os
dados de conteúdo. Argumenta-se que a prática do congelamento extrajudicial de
dados de conteúdo, sem a devida autorização judicial, viola a estrutura de proteção
escalonada consagrada na legislação brasileira e contraria o princípio constitucional
da privacidade. Conclui-se, de modo semelhante ao decidido no Habeas Corpus
222.141/DF, que embora a efetividade das investigações seja necessária, ela não
pode se sobrepor aos direitos fundamentais, de modo que o congelamento
extrajudicial de dados de conteúdo é incompatível com a sistemática jurídica brasileira
e não deve ser admitido. |
Abstract: | This paper critically analyzes the admissibility of the extrajudicial freezing of data within
the Brazilian legal system, with an emphasis on the preservation of content data for
criminal prosecution purposes. The starting point of the analysis is HC 222.141/DF,
which raised controversy over the application of this measure to content data, given
that the applicability of the measure to registration data, connection records, and
access to internet applications had already been established under the Brazilian
internet Civil Framework (MCI), which sets out a tiered protection framework for data.
This framework appeared to conflict with the Budapest Convention, whose
supervening provisions seemingly expanded the scope of the measure to also cover
content data. It is argued that the practice of extrajudicially freezing content data,
without proper judicial authorization, violates the tiered protection structure established
by Brazilian law and contradicts the constitutional principle of privacy. This also results
in a violation of the newly incorporated right to informational self-determination, which
guarantees individuals control over their personal data. It is concluded, similarly to the
decision in HC 222.141/DF, that although the effectiveness of investigations is
necessary, it cannot override fundamental rights. Therefore, the extrajudicial freezing
of content data is incompatible with the Brazilian legal framework and should not be
permitted. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2025. |
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Aparece na Coleção: | Direito
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