Uso sustentável e bioeconomia dos Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs) do bioma caatinga: o caso da carnaúba

Abstract

Este trabalho trata dos Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs) na Caatinga, com relação à carnaúba, no que se refere aos produtos que dela advém sendo a cera, pó e fibra. A carnaúba (Copernicia prunifera) é uma espécie de palmeira muito comum na Região Nordestina, e possui um grande valor comercial para a produção da cera, pó e fibra, contribuindo significativamente para a exportação, exploração e sendo um meio de subsistência para as comunidades que dela dependem. O pó, que é extraído das folhas, tem pleno aproveitamento comercial, além das palhas que podem ser aproveitadas para produção de artesanato, como chapéus, redes, cestos, bolsas, esteiras, dentre outros. Neste estudo investigou-se o potencial econômico da carnaúba na região Nordestina, utilizando os dados provenientes da plataforma SIDRA (IBGE) ao longo de quase três décadas (1995-2022). Foram analisados o desenvolvimento de mercado em relação à quantidade produzida e ao valor da produção, notou-se que a produção de cera em toneladas está em queda, a do pó segue estável e a da fibra com oscilações ao longo do período analisado. Entretanto, todos os produtos seguem com o valor da produção crescente, tornando a cera o produto mais valorizado para a exportação, sendo utilizada para múltiplos usos, por exemplo na indústria química, eletrônica, cosmética, farmacêutica, dentre outros, é matéria prima para a fabricação de tintas, graxas, sabonetes, material de limpeza etc., portanto é o produto de uso mais dinâmico no mercado. A fibra é mais utilizada no artesanato regional, podendo ser utilizada para confecção de inúmeros produtos, entretanto tem o menor valor agregado na cadeia de produção. Os PFNMs têm importância na vida das comunidades tradicionais, pois através da extração dos produtos é garantido maior viabilidade na geração de emprego e renda, sendo um processo mais sustentável e que causa impactos mais positivos.