“Pequi bom é aquele catado no chão”: cooperativas no e do cerrado : antropologia da produção alimentar em um contexto capitalista

Abstract

O movimento cooperativista surgiu na primeira metade do século XIX como uma nova forma de organização da produção fundamentado em ideais socialistas. Esse movimento ganhou força no Brasil no século XX, no mesmo período houve o estabelecimento do agronegócio na região central do país, que vem provocando um desmatamento crescente no Cerrado. Como forma de entender a dinâmica existente entre produção alimentar, cooperativismo e Cerrado foi realizada uma etnografia com duas cooperativas ligadas diretamente a produção de alimentos do Cerrado. A pesquisa de campo foi realizada no Vale do Urucuia com a COPABASE e no Distrito Federal com a Central do Cerrado. Foi observada a cadeia produtiva, desde o processo de beneficiamento até a comercialização dos produtos extrativistas do Cerrado. Observou-se que as cooperativas representam uma forma de resistência para as comunidades e povos do Cerrado na luta contra o avanço do modelo agroindustrial na região. Apesar de o movimento cooperativista atual não ter características revolucionárias ele ainda consiste numa ferramenta a grupos marginalizados e alternativa ao sistema econômico. Isso se deve as práticas claras e definidas pautadas em um forte senso de comunidade e integração ao meio ambiente.