A análise de discurso crítica no processo de ensino-aprendizagem : impactos na formação de professores de língua portuguesa como língua materna

Abstract

Neste artigo, refletimos acerca da importância da Análise do Discurso Crítica no processo de formação do professor de Português como língua materna, especialmente no que diz respeito às práticas de leitura e de produção escrita no Ensino Médio, recorte que vem motivando pesquisas em vista do caráter técnico que tais atos têm assumido frente aos anseios tecnicistas e profissionalizantes por trás da reta final do ensino básico no contexto brasileiro. A partir da experiência de observação e de regência em sala de aula de uma escola da rede pública de ensino do Distrito Federal, preconizada pela disciplina de Estágio Supervisionado em Português 2 da Universidade de Brasília no âmbito do projeto de extensão “Leitura Crítica e escrita para a universidade”, bem como com base nas diretrizes educacionais (Brasil, 2018) sobre o ensino de Língua Portuguesa e seus objetivos, avaliamos o caráter indissociável entre a Análise de Discurso Crítica e o processo de ensino-aprendizagem que visa uma educação cidadã e em prol da autonomia dos seus envolvidos. Nesse sentido, o papel ativo dos estudantes perante as atividades propostas põe-se como cerne para o sucesso educacional, sendo o principal objetivo da intervenção construída no escopo da experiência pedagógica incentivada na disciplina obrigatória do curso de licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e Respectiva Literatura. Este estudo reforça o papel crucial do estágio obrigatório e das ações de extensão de caráter crítico enquanto espaço para reflexão das práticas de ensino para profissionais de licenciatura em Língua Portuguesa, buscando apresentar o potencial de teorias críticas no desenvolvimento do fazer pedagógico como prática da liberdade (Freire, 1999). Dessa forma, constatou-se a importância do desenvolvimento linguística crítico em sala de aula a partir de Bagno (2002), Brasil (2018), Chouliaraki e Fairclough (1999), Distrito Federal (2022), Ramalho (2012), Ramalho e Resende (2011), Ribeiro (2001 e 2013) e Vieira e Resende (2016).