Referência: | FERNANDES, Eduardo Augusto Tertuliano Oliveira. Vazio sanitário para a ferrugem-da-soja, mosca-branca e bicudo-do-algodoeiro vigente em três unidades federativas da macrorregião centro-oeste. 2024. 90 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024. |
Resumo: | O vazio sanitário é uma ferramenta que faz parte do controle legislativo, sendo um
período definido e contínuo em que é proibido cultivar, manter ou permitir, em qualquer
estádio vegetativo, plantas vivas de uma espécie vegetal em uma determinada área. Nesse
contexto, o objetivo do trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre os programas
de vazio sanitário vigentes nos estados do Mato Grosso (MT), Goiás (GO) e Distrito
Federal (DF) nas culturas da soja, feijão-comum e algodão, direcionados ao controle de
Phakopsora pachyrhizi, Bemisia tabaci e Anthonomus grandis grandis, conforme dispõe
o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), organização nacional de proteção
fitossanitária (ONPF) e os órgãos estaduais de defesa sanitária vegetal (OEDSV). Para
tal, foram realizadas consultas em diferentes bases de dados tais como Web of Science e
Google acadêmico, assim como portais especializados no assunto tais como Embrapa,
órgãos de defesa sanitária vegetal estaduais e federal (MAPA). As legislações consultadas
foram Instruções Normativas (INs) e Portarias elaboradas pelo MAPA e pelos órgãos de
defesa sanitária vegetal, no âmbito das competências das unidades da federação. Foram
consultados 14 documentos públicos como leis, decretos, instruções normativas e
portarias em âmbito nacional e dos estados enfocados e 88 outras fontes bibliográficas.
Constatou-se que apesar do objetivo do vazio sanitário ser unificado, independente da
praga, isto é, visa reduzir a incidência de pragas e doenças, contribuindo para o manejo
global das pragas, existem especificidades entre diferentes regiões de cultivos, mesmo
aquelas localizadas dentro de um mesmo estado, e entre pragas. Todavia, existem também
similaridades entre as medidas adotadas e estas incluem adoção de prazos para destruição
dos restos culturais e manutenção das áreas livre dos cultivos ou plantas espontâneas
desses cultivos, além do calendário de semeadura para cada safra. O engajamento dos
produtores na adoção das medidas previstas nas normativas do vazio sanitário aliado às
medidas de fiscalização, educativas e informativas, impactaram positivamente o manejo
das pragas, através do adiamento da infestação e/ou infecção das lavouras, redução da
necessidade de adoção do controle químico, promoção da adoção de práticas agrícolas
mais sustentáveis e contribuição para assegurar a segurança alimentar e a saúde das
lavouras. Ações futuras compreendem a aplicação de abordagem ex-post aos programas
de vazio sanitário vigentes a fim de mensurar os impactos ambientais, econômicos e
sociais. Além disso, sugere-se a avaliação seguida de ajustes nas ações previstas nos
programas de vazio sanitário em um cenário de Mudanças Climáticas Globais, bem como
sua integração a outras medidas legislativas vigentes, tais como o Zoneamento Agrícola
de Risco Climático (ZARC). |