Transporte sanitário eletivo : reflexões de um sanitarista em formação acerca da organização do cuidado no Distrito Federal, a partir da atuação do agente comunitário de saúde

Abstract

A Atenção Primária em Saúde (APS) é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e para que o usuário seja atendido de forma equânime dentro desse serviço é necessário que os profissionais de saúde considerem as necessidades de saúde dos indivíduos e as singularidades do território. Para os usuários, com quadros de saúde complexos, e que demandam deslocamento físico para continuidade do seu cuidado em outros serviços dentro da Rede de Atenção em Saúde (RAS) o Transporte Sanitário Eletivo surge como uma tecnologia que visa a garantia da atenção e do efetivo processo terapêutico do usuário na rede. O objetivo do presente trabalho foi refletir sobre a importância do Transporte Sanitário Eletivo para integralidade do cuidado no contexto da Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal, na Região de Saúde Centro Sul, a partir de um Relato de Experiência de um sanitarista em formação atuando como Agente Comunitário de Saúde. As experiências de cuidado no território da Atenção Primária à Saúde possibilitaram, a partir da prática do acolhimento e de visitas domiciliares, uma imersão no universo das demandas em saúde que dialogavam com a importância da oferta do transporte sanitário eletivo, demonstrando o quanto sua implementação pode favorecer arranjos familiares para o cuidado e a promoção da equidade. Compreender nas narrativas, quais foram as condições e necessidades de saúde apontadas pelos usuários, que demandam arranjos com o uso do TSE para sobrepor as barreiras de acesso, possibilitou problematizar e compreender a integralidade, a coordenação e a continuidade do cuidado na RAS e explicitou a importância da presença do sanitarista, atuando no planejamento em saúde, para efetivar o TSE .