Conhecimentos e atitudes sobre dengue, zika e chikungunya em municípios das macrorregiões brasileiras

Abstract

Introdução: A dengue, a zika e a chikungunya configuram um problema de saúde pública quando ocorrem drásticas mudanças geográficas e sociais as quais comprometem o saneamento e o abastecimento de água, além de propiciarem a existência de criadouros potenciais. Metodologia: Realizou-se um estudo observacional de natureza quantitativa, visando-se a analisar os Conhecimentos e Atitudes associados à prevenção de dengue, zika e chikungunya nas comunidades de 15 municípios, incluindo-se 5 capitais, das 5 macrorregiões brasileiras. Foi utilizado um questionário estruturado, composto por questões relacionadas à prevenção, à transmissão e ao tratamento, além de perguntas sobre a percepção das autoridades e práticas integrativas. Apenas as perguntas com completude maior ou igual a 70% compõem este estudo. As dimensões analisadas correspondem às três alternativas de resposta: “concordo”, “discordo” e “tenho dúvida”. Resultados: Os resultados são apresentados em duas partes: (1) dados sociodemográficos e questões relacionadas ao abastecimento de água e à coleta de lixo; (2) Conhecimentos e Atitudes sobre dengue, zika e chikungunya. A existência de água parada nas residências ou em locais próximos apresentou se como desafio em grande parte das macrorregiões estudadas. Em todas as macrorregiões, mais de 90% dos participantes disseram ter coleta regular de lixo no bairro onde moram, demonstrando progresso quanto à destinação dos resíduos sólidos. Nos Conhecimentos, grande parte das populações estudadas sabe como se prevenir contra dengue, zika e chikungunya, reconhece os possíveis criadouros do mosquito, compreende como as doenças são transmitidas, mas não sabe quais remédios tomar caso tenha as doenças. Nas Atitudes, fica evidente que as populações consideram difícil evitar possíveis criadouros, além de desconhecerem as formas de prevenção a partir das práticas integrativas. A maioria dos participantes concorda que as autoridades têm feito menos que a população para evitar as doenças. Considerações finais: Os Conhecimentos não refletem em verdadeiras Atitudes, evidenciando certo descompasso entre o que se conhece a respeito das doenças e os comportamentos desenvolvidos para o combate e a prevenção. Faz-se necessária a incorporação dos hábitos e dos comportamentos e a valorização dos conhecimentos das comunidades em projetos que tornem os sujeitos protagonistas de sua própria situação de saúde.