Água, saneamento e território : estudo de caso da Comunidade Quilombola de Buraquinhos, noroeste de Minas Gerais

Abstract

O acesso à água e saneamento básico é reconhecido como um direito fundamental para garantir uma vida digna, de qualidade e saudável, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde. No entanto, essa realidade ainda não abrange toda a população brasileira, evidenciando-se pela falta de acesso a serviços de esgotamento sanitário por cerca de 40% dos brasileiros, conforme dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. Essa carência é visível em casos de esgoto a céu aberto, especialmente em áreas postas à margem da sociedade. O tema do saneamento básico transcende diversas áreas do conhecimento, incluindo saúde, ciências ambientais, sociais e tecnológicas. A falta de saneamento adequado está associada a doenças de veiculação hídrica, contribuindo para a incidência de óbitos, principalmente em comunidades vulneráveis. Historicamente, esforços para entender as dinâmicas das doenças relacionadas à qualidade da água remontam ao século V a.C. Comunidades distantes dos centros urbanos, como a comunidade quilombola de Buraquinhos, no Distrito de Serra das Araras, município de Chapada Gaúcha, em Minas Gerais, enfrentam desafios significativos devido à falta de infraestrutura básica. Essa realidade é particularmente evidente em contextos agrícolas de subsistência, onde a qualidade das águas residuárias se torna uma preocupação. Diante desse cenário, as tecnologias alternativas de tratamento de efluentes, assim como de distribuição de água surgem como soluções sustentáveis para o tratamento adequado das águas residuais, promovendo uma abordagem sistêmica e sinérgica na gestão inteligente dos recursos disponíveis.