Uso de práticas integrativas e complementares em saúde como recurso para pessoa com esclerose múltipla : uma revisão de literatura

Abstract

Introdução: A esclerose múltipla é uma das doenças do sistema nervoso central, crônica autoimune inflamatória, desmielinizante e progressiva, mais comuns entre os adultos jovens. Seu tratamento reduz a progressão da doença, mas não trata os sintomas. Ela prejudica a funcionalidade e afeta a qualidade de vida levando à necessidade de tratamentos adicionais. Dentre as ferramentas disponíveis para a equipe multidisciplinar durante sua atuação com os pacientes com esclerose múltipla estão as práticas integrativas. Objetivo: Levantar e sistematizar o conhecimento produzido na literatura sobre a utilização das práticas integrativas no manejo da esclerose múltipla, possibilitando aos profissionais da equipe multidisciplinar a escolha dos melhores recursos para suas intervenções junto a essa população. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Eletronic Library (SciELO) durante o mês de maio, utilizando os seguintes descritores e seus sinônimos em português, inglês e espanhol: “Esclerose Múltipla” e “Terapias Complementares”, e utilizando o operador booleano AND. Foram considerados estudos e artigos originais publicados de 2018 a 2023 com disponibilidade on-line integral. Foram excluídos os artigos em forma de apostilas, cartas e editoriais, revisões, os artigos que repetiram e que não se adequaram ao tema proposto. Para obtenção dos resultados foi feita análise qualitativa dos dados obtidos pela leitura dos textos com auxílio de quadros. Resultados: Foram encontrados 245 artigos, porém apenas 12 artigos permaneceram para análise qualitativa. Três deles eram ensaios clínicos controlados que trouxeram resultados promissores das práticas abordadas, mas que sinalizam a necessidade da realização de novos estudos devido às limitações das pesquisas. Os outros nove estudos foram pesquisas transversais realizadas em sete países distintos feitos com amostras diversas. Foi possível observar vários fatores de semelhança, como a prevalência em mulheres, uso de yoga e acupuntura, e fatores de divergência, como as práticas mais utilizadas em cada país, presentes na utilização de práticas alternativas e complementares. Estes resultados podem auxiliar os vários profissionais participantes no cuidado direto ou indireto da pessoa com esclerose múltipla a realizar as melhores escolhas baseadas em informações concretas. Conclusão: Conclui-se, então, a importância de aliar as práticas integrativas ao tratamento convencional de esclerose múltipla, pois, quando utilizados de forma correta, podem auxiliar na melhora da funcionalidade e da qualidade de vida das pessoas acometidas por essa patologia.