Agostinho e a questão do mal

Abstract

Este trabalho de monografia foi elaborado no intuito de analisar e discorrer sobre a questão do mal na concepção agostiniana. Efetivamente, em busca de respostas para seus questionamentos acerca do mal, Agostinho obteve uma certa proximidade com a seita maniqueísta, mas só obteve respostas com as teses neoplatônicas através de Plotino. A fim de explorar a natureza do mal, Agostinho realiza três distinções entre o mal metafísico-ontológico, mal moral e mal físico. Por meio de sua teoria teológica e filosófica, foi possível distinguir cada teoria no que concerne ao mal. A partir disto, entende-se que Agostinho expõe claramente em sua teoria que ocorre o mal moral no mundo, isso acontece por meio do livre-arbítrio (um bem concedido por Deus aos seres humanos), mas não faz com que Deus seja o autor do mal. Os indivíduos possuem livrearbítrio paraserem livres em suas ações, mas se guiarem seus atos por uma vontade má, ocorrerá o mal moral. Por outro lado, se os sujeitos inclinarem sua vontade para o bem, alinharão sua própria vontade com a vontade divina e reestabelecerão a ordem e o bem em suas vidas. As virtudes cardinais são apresentadas como as principais para se evitar o mal moral, de acordo com o filósofo africano são elas: prudência, justiça, fortaleza e temperança. Deste modo, é necessária a busca por essas virtudes, pois são hábitos praticados que definem as ações do indivíduo, assim, se o sujeito ama as coisas boas, sua vontade e suas ações serão boas. Esse ato de bondade é denominado como caridade (caritas) que é reconhecida como a virtude suprema. Apoiado nas análises e comentários de Étienne Gilson, neste trabalho buscou-se refletir as principais ideias do pensador pré-medieval,e assim, entender quão necessário e instigante é o pensamento agostiniano no que concerne ao mal.