Como o consumidor enxerga os aspectos de exclusividade e funcionalidade em produtos de luxo segunda mão

Abstract

Este estudo tem como objetivo investigar o comportamento do consumidor de produtos de luxo segunda mão, principalmente os aspectos de exclusividade e funcionalidade envolvidos no processo de decisão de compra. Este estudo aborda a perspectiva do slow fashion como crítica ao sistema dominante na indústria da moda, desacelerando os ciclos de moda e valorizando o trabalho local e artesanal (SOBREIRA et al., 2020). Desta forma, examina-se como o consumidor de produtos de luxo, adotando o slow fashion valoriza funcionalidade e exclusividade. A funcionalidade garante utilidade e durabilidade a longo prazo, refletindo o apreço pela longevidade e versatilidade das roupas (JIN; JUNG, 2014). Enquanto a exclusividade confere status e identidade pessoal, ligada à raridade do produto (JIN; JUNG, 2014). O estudo propõe investigar a percepção do consumo consciente e sustentável, explorando a consciência do consumidor sobre sua relação com a moda e seu impacto ambiental ao considerar produtos de luxo em segunda mão a partir de uma pesquisa descritiva quantitativa aplicada através de um questionário utilizando como base a Escala de Orientação ao Consumo de Slow Fashion (JUN; JUNG, 2024). Ao analisar a inter-relação entre funcionalidade e exclusividade, bem como sua valorização pelos consumidores, observa-se uma concordância com o estudo original na dimensão exclusividade, em que parte dos consumidores enxergam grande relevância em todos os demais fatores, mas não são orientados por este em específico; já quando falamos da dimensão funcionalidade, há um alto grau de concordância absoluta atribuído a esse aspecto dentre os respondentes da pesquisa. Além disso, as dimensões mais valorizadas pelos respondentes da pesquisa são autenticidade e funcionalidade; demonstrando alto grau de valor atribuído a peças feitas com técnicas de costura avançadas, trabalho manual e material de qualidade superior, visando que as peças durem por mais tempo. Por fim, nota-se um alto grau de preocupação com o fator remuneração justa da dos que produzem os artigos consumidos dentro da dimensão equidade, sendo importante destacar que não é porque uma marca é de luxo que ela sempre busca os funcionários mais bem qualificados para produção e os remunera de forma correta, pois apenas uma parcela muito pequena dos clientes destas marcas tem acesso a produtos feitos de forma manual e artesanal.