Vulnerabilidades e política pública : análise da situação de mães solo durante a pandemia da Covid-19

Abstract

O presente estudo tem como objetivo analisar o instrumento de política pública brasileira: o auxílio emergencial e seu contexto, a partir de uma perspectiva de gênero, durante o período pandêmico, destacando o recebimento do auxílio por famílias monoparentais chefiadas por mulheres, essas, na qual, foi concedido um valor dobrado. O estudo visa, também, discutir as origens da vulnerabilidade das mães solo, entendendo tal vulnerabilidade como problema público multidimensional; verificar se o instrumento de política pública em questão foi construído com alguma perspectiva de gênero e/ou auxílio de aportes oriundos dos estudos feministas; e investigar as consequências de curto prazo das políticas públicas durante o enfrentamento da pandemia na realidade das mães solos. Através dos resultados responder em como esse benefício mitigou as consequências com relação à renda dessas mães solo e de seus filhos. As participantes desse estudo foram 5 mulheres, mães solo, que receberam o Auxílio Emergencial destinado a esse grupo e que vivesse no Distrito Federal. A pesquisa se deu por entrevistas semiestruturadas, com uma análise das respostas das entrevistadas e de um referencial teórico pré-construído. Identificou-se que a pandemia foi um período de preocupações, medos, incertezas, desamparo, impotência, desemprego etc. vivenciado por parte dessas mulheres, mas que também houve esperança, alívio e felicidade em saber da aprovação da política pública, que conforme mensurado não foi elaborada através de perspectiva de gênero, mas que garantiu um valor mínimo capaz de atender, ao menos provisoriamente, às demandas relacionadas a renda das mães solo.