A relação entre os constituintes prosódicos e os sintáticos : as pausas fonológicas no português brasileiro

Abstract

Ainda que a gramática tradicional estipule posições em que possa haver pontuação devido à interposição de pausa fonológica, dados empíricos evidenciam que os falantes da língua encontram pausas entre constituintes não esperados na norma. Então, surgem alguns questionamentos quanto à posição em que essas pausas são projetadas. Em quais posições sintáticas são geradas as pausas fonológicas? Por que as pausas fonológicas são geradas naquelas posições? Qual é a relação entre a sintaxe e a posição em que as pausas fonológicas são inseridas? Neste trabalho, pretendeu-se evidenciar a intersecção entre a Sintaxe Gerativa e a Fonologia Prosódica, para responder às perguntas anteriores. O confronto entre os dados e os escopos teóricos mostrou que a relação entre a sintaxe e a fonologia em relação às pausas é bastante próxima: alguns constituintes não geram pausas, outros podem gerar pausas, outros obrigatoriamente geram pausas. Além disso, os constituintes que podem gerar pausas fonológicas dependem principalmente do tamanho e da velocidade da enunciação para que seja determinado se a pausa será gerada ou não.