Caracterização e avaliação da estabilidade de compostos bioativos de extrato de Umbuguela Microencapsulados (Spondias Sp.)

Abstract

O Cerrado brasileiro é detentor de 24 % do território nacional e é considerado um dos ‘hotspots’ mundiais de biodiversidade. Este bioma destaca-se não só pela sua grande superfície, mas também pela sua diversidade de plantas com enorme potencial terapêutico e alimentício, muitas vezes inexplorados. Dentre as frutas desse bioma, pode-se citar a umbuguela (Spondias sp.), um possível híbrido entre a cajazeira (S.mombin) e o umbuzeiro (S. tuberosa Arr. Cam) ou resultante do cruzamento entre a cirigueleira (S. purpurea L.) e o umbuzeiro. Assim, o presente estudo objetivou caracterizar os principais compostos fenólicos (polifenóis totais, polimerizados e não-polimerizados e ortodifenóis) bem como a atividade antioxidante (DPPH e ABTS) do extrato etanólico da casca de umbuguela (Spondias sp.), além de elaborar e avaliar a estabilidade química de micropartículas confeccionadas com o extrato etanólico da casca de umbuguela e polímero de quitosana atráves da utilização de Spray drying. A avaliação da estabilidade química foi realizada em condições de temperatura ambiente (25° ± 3°C) e refrigerada (4°± 2°C) durante 0, 7, 14 e 30 dias após a microencapsulação. Os resultados demonstraram que o extrato etanólico da casca de umbuguela possui teores elevados de polifenóis totais, polifenóis polimerizados e não-polimerizados, valores menores de ortodifenóis e alta atividade antioxidante. Na morfologia das micropartículas observou-se microesferas com superfície rugosa e presença de rachaduras, além de alguns orifícios. No teste de estabilidade química das micropartículas confeccionadas com o extrato etanólico de umbuguela observou-se que ao final dos 30 dias, as micropartículas (em temperatura refrigerada e ambiente) conseguiram reter aproximadamente 60% de seu conteúdo fenólico.