A física da protonterapia

Abstract

O uso de feixes de fótons é a base do tratamento de câncer com radioterapia no mundo. A energia do feixe de raios-X é depositada no tecido tumoral e danifica suas moléculas de DNA. Existem alternativas de tratamento que buscam poupar uma porção maior dos tecidos saudáveis do paciente, pois a radiação eletromagnética é caracterizada por uma atenuação exponencial contínua ao longo da direção de irradiação. Uma das alternativas é a protonterapia, que consiste no uso de feixes de prótons para tratar os tecidos doentes. Devido às suas propriedades físicas que resultam em interações diferentes com a matéria, o feixe de prótons é caracterizado pela deposição de energia concentrada em uma região específica, reduzindo os danos em tecidos saudáveis próximos à região do tumor. Este trabalho tem como objetivo estudar a Física envolvida na protonterapia e descrever as técnicas e equipamentos utilizados nos centros de tratamento, a partir do estudo de livros e artigos científicos sobre o tema. Além disso, o trabalho também busca analisar o custo-benefício dessa modalidade de tratamento, bem como a viabilidade de se ter uma instalação de protonterapia no Brasil. Para isso, além da pesquisa bibliográfica, foi conduzida uma entrevista com o Dr. Rafael Gadia, diretor de radioterapia do Hospital Sírio-Libanês de Brasília. Ao final do trabalho, conclui-se que a protonterapia é uma alternativa viável principalmente para o tratamento de cânceres pediátricos, enquanto que, para os demais pacientes, é necessário selecionar grupos de risco específicos para que se tenha um custo-benefício melhor que a radioterapia convencional. Ademais, o maior impeditivo para a implementação de um serviço desse porte no Brasil é o alto custo, quegira em torno de 30 a 40 milhões de dólares.