A produção do trabalho de conclusão de curso e sua relação com a saúde mental : um olhar a partir da Teoria da Subjetividade

Abstract

A presente pesquisa discute os possíveis quadros de sofrimento subjetivo articulados ao processo de produção e elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, tendo como fio condutor um estudo de caso de uma estudante universitária. Os objetivos específicos consistiram em elucidar os processos subjetivos relacionados ao sofrimento vivenciado pela participante da pesquisa, explicar eventuais recursos subjetivos gerados nesse processo, bem como o eventual papel da Universidade na produção de sofrimento subjetivo dos estudantes. Também, objetivou-se compreender possíveis alternativas individuais e sociais geradas nesse contexto. Para tanto, foi utilizado como referencial a Teoria da Subjetividade, a Epistemologia Qualitativa e a Metodologia Construtivo-Interpretativa de González Rey. O trabalho apoiou-se nos instrumentos de dinâmicas conversacionais e complementos de frases e a pesquisa foi conduzida considerando o vínculo indissociável entre pesquisa de campo e construção dos resultados. A Universidade, como instituição social apresenta-se como um campo para o estudo das subjetividades sociais e individuais dos indivíduos que fazem parte dela, o que demanda a superação de visões fragmentadas de fenômenos complexos como a saúde mental e a educação. As conclusões do estudo apontam que a expressão de sofrimento subjetivo na participante emergiu de variados processos da vida que foram articulados às suas vivências no processo de trabalho de conclusão de curso, assim como recursos subjetivos gerados no processo. Ressaltase a pertinência de repensar a sobrecarga de demandas aos estudantes, oportunizar um contato prévio com a pesquisa acadêmica, favorecer a superação da burocratização do ensino, de modo a fortalecer as redes de apoio e a orientação pedagógica aos alunos.