A espacialidade da dinâmica de alguns registros de racismo no futebol brasileiro 2005-2021

Abstract

O futebol é um esporte que cresceu mundialmente, o que era apenas uma diversão na Europa passou a ser um entretenimento, e logo após uma profissão, com essa evolução,problemas foram surgindo dentro e fora das 4 linhas. O Brasil se tornou um grande consumidor, devido a popularidade do futebol, as periferias e as populações mais pobres do Brasil sempre praticaram o futebol. Nesse contexto, o presente trabalho buscou evidenciar alguns casos vigentes em território nacional, analisando espacialmente, e discutindo algumas ocorrências das práticas de racismo no futebol brasileiro, uma vez que o mesmo é praticado por muitos de populações de Matriz Africana. Para essa análise, realizou-se o mapeamento dos casos, usando dados retirados do IBGE no ano de 2021, e do relatório anual de discriminação racial no futebol, do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, nos anos de 2014-2021. A pesquisa tomou como referência considerar, a contextualização geográfica e histórica para a identificação dos atores, e dos sujeitos do espaço. O estudo identificou algumas problemáticas, mesmo com a criação de leis específicas, as mesmas não são capazes de reduzir o número de casos de racismo por ano no esporte, não existindo uma reeducação dos atores praticantes, desse modo eles continuam com os atos, recebem uma multa, cumprem a pena (quando necessário) e assim termina. A tecnologia que se tornou uma grande aliada, também não foi capaz de reduzir os casos, por mais que sejam identificados e punidos, isso não é um impeditivo para que outros não cometam os mesmos atos. As duas principais instituições encarregadas de manter a ordem e aplicar as punições ficam no Rio de Janeiro, elas são o STJD e a CBF, assim dificultando o tratamento das ocorrências, aumentando a burocracia e a dificuldade para analisar os casos. O estudo concluiu que os conflitos no Brasil se estruturaram por meio da negligência dos agentes encarregados de aplicar as penitências, e da liberdade e facilidade dos causadores, isso em razão de todo o processo de racismo estrutural que nossa sociedade passou e ainda passa. O estudo recomenda, que sejam feitas alterações na educação, fiscalização e punição.