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Título: Violência contra jornalistas no Brasil : perfil das agressões, ameaça à democracia e à liberdade de imprensa
Autor(es): Santana Neto, Paulo Alves de
Orientador(es): Costa, Alexandre Bernardino
Assunto: Violência
Jornalistas
Liberdade de imprensa
Data de apresentação: 8-Fev-2023
Data de publicação: 3-Ago-2023
Referência: SANTANA NETO, Paulo Alves de. Violência contra jornalistas no Brasil: perfil das agressões, ameaça à democracia e à liberdade de imprensa. 2023. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023.
Resumo: O presente trabalho trata da violência praticada contra jornalistas no Brasil e visa, por meio da pesquisa junto a entidades ligadas ao jornalismo profissional, trazer dados que subsidiem o delineamento do perfil dos agressores e das agressões promovidas contra essa classe que tem um papel fundamental na democracia: o de levar a notícia aos cidadãos. Para a concretização dessa tarefa, primeiramente, serão apresentados conceitos sobre violência. Esclarecido tal ponto, a pesquisa propõe a reflexão sobre a violência da negatividade, teoria proposta pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han. Apresenta a ideia de amigo-inimigo, construída por Carl Schmitt e também uma distinção entre poder e violência em Hannah Arendt. Michel Foucault é outro pensador que contribui para a discussão através de sua teoria sobre a biopolítica. Esses embasamentos fornecem o sustentáculo que fundamenta a abordagem focada no fenômeno da intolerância, tão aflorada nos últimos anos no Brasil e em parte do mundo, que leva indivíduos a praticarem atos violentos contra trabalhadores da mídia. Dessa forma, a violência aqui retratada possui um elemento diferente e por isso se distingue amplamente daquela apresentada pelas estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ela não tem sua gênese primária na agressão física, no homicídio. Ela se perfaz no discurso, na retórica, na descredibilização, na ameaça, na ridicularização, na perseguição, na propagação do medo, na ideia de combate ao inimigo, e nesse caso, tem como alvo os jornalistas. Parte desse estudo aborda também o fator da violência de gênero, sempre com a ótica voltada para o jornalismo, ou seja, a referência diz respeito às mulheres jornalistas, uma vez que elas, vêm cada vez mais ocupando espaços antes marcados pela figura masculina e são, portanto, importantíssimas nas discussões relativas a essa temática. Além disso, alguns casos de violência praticados nos últimos anos contra jornalistas foram retratados, o que demonstra a necessidade de atuações institucionais em defesa do jornalismo profissional, que serão aqui também elencadas. Quanto aos resultados dos dados sobre violência no Brasil, as informações foram extraídas de relatórios publicados pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), que levantam números relevantes de casos concernentes a agressões praticadas contra a classe jornalística. Esses registros compõem uma base documental significativa, que juntamente com uma ampla pesquisa bibliográfica dão o devido respaldo para tratar de condutas que, chamando pelo nome apropriado, constituem verdadeiros crimes. Em primeiro lugar, contra a pessoa; em segundo, contra a liberdade de imprensa, o que em larga medida é também um ataque à democracia. Afinal, o direito à informação é um dos pontos essenciais para a configuração de um ambiente democrático e sadio numa sociedade. Por fim, a apresentação dos relatórios obtidos junto a essas organizações, além de possibilitar conhecer o perfil dos agressores e os tipos de agressões mais comuns, sobretudo a influência e crescimento dos ataques digitais, evidenciam a necessidade da luta pela preservação de direitos fundamentais, dentre eles, o direito à informação e à liberdade de imprensa.
Abstract: The present work deals with the violence committed against journalists in Brazil and aims, through research with entities linked to professional journalism, to bring data that subsidize the outlining of the profile of the aggressors and the aggressions promoted against this class that has a fundamental role in democracy: that of bringing the news to citizens. To accomplish this task, first, concepts about violence will be presented. Having clarified this point, the research proposes a reflection on the violence of negativity, a theory proposed by the South Korean philosopher Byung-Chul Han. It presents the idea of friend-enemy, constructed by Carl Schmitt and also a distinction between power and violence in Hannah Arendt. Michel Foucault is another thinker who contributes to the discussion through his theory of biopolitics. These foundations provide the support that underpins the approach focused on the phenomenon of intolerance, which has so much surfaced in recent years in Brazil and in part of the world, which leads individuals to commit violent acts against media workers. In this way, the violence portrayed here has a different element and therefore differs widely from that presented by the statistics of the Brazilian Public Security Forum. It does not have its primary genesis in physical aggression, in homicide. It is realized in discourse, rhetoric, discredit, threat, ridicule, persecution, propagation of fear, in the idea of combating the enemy, and in this case, it targets journalists. Part of this study also addresses the factor of gender violence, always with a focus on journalism, that is, the reference concerns women journalists, since they are increasingly occupying spaces previously marked by the male figure and are, therefore, very important in the discussions related to this theme. In addition, some cases of violence practiced in recent years against journalists were portrayed, which demonstrates the need for institutional actions in defense of professional journalism, which will also be listed here. As for the results of the data on violence in Brazil, the information was extracted from reports published by the National Federation of Journalists (FENAJ) and by the Brazilian Association of Investigative Journalism (ABRAJI), which raise relevant numbers of cases concerning aggressions committed against the journalistic class. These records make up a significant documentary base, which together with an extensive bibliographical research give the due support to deal with conducts that, calling by the appropriate name, constitute true crimes. First, against the person; second, against freedom of the press, which to a large extent is also an attack on democracy. After all, the right to information is one of the essential points for the configuration of a democratic and healthy environment in a society. Finally, the presentation of the reports obtained from these organizations, in addition to making it possible to know the profile of the aggressors and the most common types of aggression, especially the influence and growth of digital attacks, highlight the need to fight for the preservation of fundamental rights, among them, the right to information and freedom of the press.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2023.
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