Título: | Atendimento socioeducativo a adolescentes negros : práticas profissionais e evidências da literatura científica |
Autor(es): | Guimarães, Lyara Correia |
Orientador(es): | Ribeiro, Igo Gabriel Santos |
Assunto: | Adolescentes infratores Sistema socioeducativo Medidas socioeducativas |
Data de apresentação: | 2022 |
Data de publicação: | 4-Mai-2023 |
Referência: | GUIMARÃES, Lyara Correia. Atendimento socioeducativo a adolescentes negros: práticas profissionais e evidências da literatura científica. 2022. 37 f. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Políticas Públicas, Infância, Juventude e Diversidade) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Resumo: | A judicialização de adolescentes brasileiros devido o envolvimento em atos infracionais
e, assim, o seu enquadramento no sistema socioeducativo, está em acentuado
crescimento. Neste contexto verifica-se que 40% deles foram considerados de cor
parda/preta. Esta porcentagem representa a maior dentre as categorias de raça/cor e
ainda pode estar sub representada visto que 36% do total de jovens não teve este
registro especificado. Neste contexto, verifica-se que, os adolescentes negros egressos
do sistema socioeducativo apresentam uma maior probabilidade de serem detidos pelo
sistema penal na vida adulta dada a seletividade do sistema de justiça, junto a isso,
verifica-se também como o racismo impõe mecanismos de exclusão social e sofrimento
psíquico na trajetória desses jovens. Ademais, a implementação da política
socioeducativa também demonstra aprofundar o processo de marginalização destes
jovens tanto pela discriminação racial direta como por desdobramentos do racismo
estrutural. Assim, o objetivo geral deste estudo é analisar o atendimento socioeducativo
prestado a adolescentes negros em conflito com a lei, a partir das práticas e percepções
autorrelatadas por profissionais do sistema socioeducativo, bem como a partir das
evidências da literatura científica acerca da eficácia das intervenções realizadas junto a
esta população. Tal objetivo se desdobrou em dois estudos: (1) empírico que foi
realizado por meio de um formulário online com questões fechadas e de respostas curtas
junto a 09 profissionais que aplicam medidas socioeducativas de meio aberto em
cidades do Distrito Federal e em Ribeirão Preto-SP e outro (2) teórico que foi realizado
por meio de uma revisão sistemática da literatura científica com o cruzamento dos
descritores “intervention”, “juvenilie delinquency” e “race” nas bases de dados da
PsicINFO, ProQuest e com os descritos equivalentes em português na Scielo. De modo
geral, os profissionais participantes apresentaram baixos níveis de atitudes racistas,
contudo, cerca de metade (44,4%) relatou não solicitar a autodeclaração racial dos
adolescentes e apenas 1,1% relatou utilizar tal informação para nortear as intervenções
realizadas, demonstrando uma negligência quanto as questões raciais que contribui para
a perpetuação do racismo. Por meio da revisão sistemática, foram analisados 04 estudos
que denunciaram como jovens negros são prejudicadas na realização de intervenções no
sistema de justiça juvenil, indicaram a maior eficácia da mínima intervenção judicial
para jovens negros e brancos e também ofertaram perspectivas promissoras de
intervenções para promoção de uma maior consciência racial entre os adolescentes
judicializados. Com isso, foram discutidas perspectivas para um atendimento
socioeducativo antirracista na Brasil. |
Informações adicionais: | Trabalho de conclusão de curso (especialização) — Universidade de Brasília, Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, 2022. |
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