Resumo: | Poucos são os estudos, dentro do contexto brasileiro, que focam na correlação entre
bem-estar e engajamento, que muitas vezes são tratados como sinônimos, menos
ainda no contexto do Distrito Federal. Ademais, o desenvolvimento de estudos
empíricos neste âmbito pode tanto auxiliar no entendimento das relações afetivas
intraorganizacionais, na retenção de funcionários, diminuição de níveis de
absenteísmo e incremento na margem de lucro das empresas. Com isto em mente,
esta pesquisa teve como objetivo analisar a relação entre bem-estar e engajamento
no trabalho de acordo com a percepção de uma amostra de trabalhadores no Distrito
Federal. Não houve organização específica de amostragem, sendo que o critério para
participação na pesquisa é que o respondente tivesse emprego formal, constituindo
uma amostra de conveniência por acessibilidade. Foram consideradas válidas as
respostas de 44 participantes, com perfil predominante de jovens. Utilizando a Utrecht
Work Engagement Scale (UWES-17) para mensurar a percepção de engajamento, e
a Escala de Bem-Estar no Trabalho (EBET) para descrever a percepção de bem-estar
no trabalho, a pesquisa foi realizada por meio de uma survey, auto aplicado pela
internet e em formato de questionário objetivo. Os dados foram analisados por meio
de estatísticas descritivas e inferenciais (Rho de Spearman). Os resultados indicam
predominância de bem-estar entre os participantes, com intensidade baixa a
moderada e moderado a alto nível de engajamento no trabalho. A correlação entre
variáveis revelou associações significativas entre afeto positivo e engajamento (0,49)
e seus fatores, vigor (0,54), dedicação (0,56) e concentração (0,32). Também se
verificou associações entre Afeto negativo e engajamento (-0,36) e seus fatores, vigor
(-0,35), dedicação (-0,31) e concentração (-0,35); além de relações entre as
percepções de realização no trabalho e engajamento e engajamento (0,48), vigor
(0,47), dedicação (0,52) e concentração (0,38). Os resultados indicam que afeto
positivo, realização e engajamento podem estar presentes simultaneamente na
percepção do trabalhador, enquanto afeto negativo e engajamento parecem ser
experiências opostas. Esta pesquisa procurou contribuir para o desenvolvimento de
futuras pesquisa na área de bem-estar e engajamento dentro do contexto brasileiro,
servindo como experiência piloto para investigações futuras. Ao final, os limites da
pesquisa são discutidos. |