Uma tentativa de quantificação dos determinantes socioeconômicos para homicídios no Brasil

Abstract

O objetivo do presente estudo foi investigar de forma empírica, o efeito de determinadas variáveis de cunho econômico e social sobre a taxa de homicídios no Brasil. Para tal, foram coletados dados dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. O período definido de análise para este estudo foi 2000até 2014. De tal maneira, foram selecionados um total de 11 indicadores, 4 da esfera econômica e 7 da esfera social. Este espaço de tempo foi marcado por um forte crescimento do PIB e a redução da extrema pobreza e da desigualdade, principalmente entre 2004 e 2014.Todavia, neste período, as taxas de homicídio cresceram em 26 das 27 Unidades da Federação. Para identificar o impacto das variáveis selecionadas, foi utilizado um método de análise de dados em painel. Das 11 variáveis selecionadas, 9 apresentaram resultados estatisticamente significantes, indicando uma correlação coma taxa de homicídios. As variáveis: Taxa de desemprego, Mulher como Pessoa de Referência no Domicílio e Violência contra a Mulher apresentaram um coeficiente positivo e foram estatisticamente significantes, indicando que um aumento nestes indicadores se refletiria em um aumento nas taxas de homicídio. Já os indicadores: Índice Gini, Taxa de Escolarização Líquida, Gravidez na Adolescência, Presença de Programas Públicos de Redução da Violência e Suicídio, apresentaram o resultado inverso, com um coeficiente negativo, mas também estatisticamente significante. Por fim, PIB per capita, Despesa com Segurança Pública per capita e Despesa com Cultura per capita não apresentaram resultados estatisticamente significantes.