Da colonialidade à via decolonial : segundo uma abordagem interdisciplinar entre a Filosofia e a História

Abstract

Este trabalho tem como foco inicial a filosofia de Enrique Dussel no texto 1492: O encobrimento do outro (A origem do mito da modernidade) juntamente a levantamentos de Sueli Carneiro e Ramón Grosfoguel, além de outros autores da vertente decolonial. O texto trata de algumas dimensões da decolonialidade, e assuntos no que se refere aos estudos sobre o fenômeno da colonialidade. Para se atentar aos pontos que pretendemos expor sobre a colonialidade e os epistemicídios, de modo delimitado se faz necessário expor os fatores históricos que fundam o mito da modernidade. O caráter crítico deste texto se faz presente em torno de três questões principais que serão apresentadas durante os capítulos, um referente a história da modernidade e sua construção. Tal aparato histórico servirá para elucidar os efeitos no período pós-colonial buscando entender essa falsa ideia de modernidade/colonialidade concebida canonicamente, e apontar como tal processo foi brutal e deu origem ao mito da modernidade, que aqui é visto também como colonialidade. Deste modo, a crítica de colonial aqui, não pretende voltar a um período não colonial, mas sim entender o período pós-colonial, traz consigo uma carga de causas e efeitos negativos, que elegem a cultura europeia e norte-americana (neste caso, eleito como modelo após as guerras mundiais 1ª e 2ª) como uma cultura-modelo pela qual os colonizados deveriam se nortear. A segunda questão é discutida em torno dos epistemicídios como estratégias de dominação da colonialidade e por último, a terceira questão levantada no capítulo final tem o objetivo de apresentar o que seria uma filosofia decolonial, para caminhar para o objetivo geral, que é o esforço que busca entender como ela (a filosofia decolonial) surge como instrumento para se relacionar de modo combativo frente aos epistemicídios, ao mito da modernidade e à colonialidade.