A violência intrafamiliar contra crianças de zero a seis anos e suas implicações negativas na aprendizagem escolar : um ensaio acadêmico

Abstract

A mídia tem veiculado casos de violência contra crianças, incluindo morte por agressões cometidas por membros da família, que revelam que a violência intrafamiliar não está presente apenas em lares de famílias de baixa renda e de pouca escolarização. A violência intrafamiliar envolve atitudes agressivas no ambiente familiar que são justificadas pelos por um ou mais membros como correções de comportamentos não aceitáveis praticadas contra outro ou outros membros. Além das agressões de cunho corretivo, a violência sexual no âmbito familiar também é recorrente. Este estudo ensaístico objetiva explorar como a violência intrafamiliar contra a criança pode estar implicada nos processos de escolarização à luz da Psicologia do Desenvolvimento Humano, a qual concebe os processos de mudança em seus aspectos físico, cognitivo e socioafetivo de forma sistêmica. Aborda-se, ainda, a construção social da infância por Phillipe Ariés (1979) e os olhares sobre acriança como indivíduo em desenvolvimento na Neurociência Cognitiva, mas especificamente por Crespi (2021) e Cuminale (2015).Assim, este trabalho realiza uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo exploratório no âmbito das publicações divulgadas a partir de veículos regulatórios sobre o assunto, como a Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde, e publicações de amplo alcance por meio da mídia digital. Tem como objetivo analisaras variadas formas e conceitos de violência contra crianças a no contexto da família mediante comparação dos documentos regulatórios e das ilustrações de casos extraídos da mídia. Discutiu-se especificamente a violência intrafamiliar, pois ela é um mal que assola famílias, independente de classe social, etnia, cultura, país. Por meio deste estudo, evidenciou-se o quanto é prejudicial à criança vivenciar de forma constante a violência no ambiente familiar. Destacou-se a importância da escola como contexto de acolhida. Por fim, ao considerar que toda forma de violência é, fundamentalmente, psicológica, optou-se por enfatizar o aspecto afetivo e simbólico dos abusos físicos, emocionais e sexuais. Pois, não existe violência física sem consequências profundas no sistema emocional e psíquico do ser humano.