Os regimes de (in)visibilidade impostos aos corpos femininos no ballet clássico

Abstract

O presente trabalho apresenta reflexões acerca dos regimes de (in)visibilidade impostos aos corpos femininos no âmbito do ballet clássico, por meio de uma compreensão histórica da construção da imagem da bailarina clássica e das imperatividades da sociedade de consumo capitalista contemporânea. É um manifesto que problematiza a cultura de apagamento da diversidade na arte da dança clássica, buscando compreender as possibilidades de uma educação estética na transformação dos espaços do ballet clássico em lugares mais inclusivos. Desse modo, o objetivo principal do estudo foi compreender como a imagem da bailarina clássica em ballets de repertório e filmes infantis de grande audiência reproduzem valores que invisibilizam a pluralidade de corpos femininos existentes. Para tanto, um amplo espectro bibliográfico fora explorado, aliado a uma análise qualitativa de imagens por meio da metodologia da decupagem clássica. Por fim, concluiu-se que reconhecer os regimes de (in)visibilidade vigentes no ballet clássico significa reconhecer os perigos deste sistema imagético hierárquico que, ao visibilizar reiteradamente uma imagem ideal, impossibilita a diversidade de corpos, negando suas possibilidades plurais de existência.