Intervenção da terapia ocupacional na área de tecnologia assistiva junto ao paratleta do parabadminton : estudo de caso

Abstract

O esporte para pessoas com deficiência cresce no mundo devido ao direito conquistado pelas pessoas com deficiência, ao caráter da modalidade como entretenimento e ao processo de reabilitação. Todavia, o esporte já transcende o papel inicial de reabilitação, podendo ser configurado como uma atividade laboral. O esporte paraolímpico, como ocupação, tem apostado na tecnologia para superar os limites dos paratletas. Neste sentido, os dispositivos de Tecnologia Assistiva (TA) que estão presentes no paraesporte, como o Parabadminton, são essenciais para a prática e podem ser prescritos por terapeutas ocupacionais, influenciando no rendimento do atleta profissional. Objetivo: Apresentar as contribuições da Terapia Ocupacional na indicação, implementação e seguimento de dispositivos de TA junto ao paratleta do Parabadminton, embasado no modelo teórico Matching Person and Technology (MPT) e avaliações padronizadas. Também, buscou-se identificar as demandas de TA dos paratletas e avaliar as expectativas, o grau de satisfação com o serviço prestado e com o dispositivo confeccionado. Metodologia: Estudo de casos múltiplos com paratletas profissionais do Parabadminton de um centro de treinamento localizado na capital do Brasil. Os instrumentos usados para a coleta de dados foram: Questionário do Paratleta, ATD PA Br, QUEST B e Roteiro de observação. Os dados quantitativos advindos dos instrumentos foram analisados através de estatística de frequência absoluta e os dados qualitativos foram agrupados a partir das categorias do modelo MPT: fatores do sujeito, do dispositivo e do ambiente. Resultados: Participaram 3 paratletas profissionais e identificadas 5 demandas como: 1 em palmilha, 3 em cadeira esportiva e 1 em faixa para o braço, realizando-se indicação, implementação e seguimento de TA pelo terapeuta ocupacional. Discussão: A análise qualitativa verificou que o uso do modelo teórico contribuiu para nortear a intervenção do profissional, considerando os fatores individuais, ambientais e da TA durante todo o processo. A análise quantitativa mostrou ganho na satisfação dos paratletas com o serviço prestado, bem como, as expectativas alcançadas com o uso do dispositivo. Conclusão: A avaliação e intervenção do terapeuta ocupacional na área de TA e paraesporte, puderam ser norteadas por indicadores descritos no MPT, influenciando no bom uso da TA e, consequentemente, no alcance dos objetivos propostos. Trata-se de uma área em construção para a terapia ocupacional que necessita de mais pesquisas e evidências.