Título: | Entre vanguarda e atraso : uma crítica à economia política do desenvolvimento desigual em David Harvey e Francisco de Oliveira |
Autor(es): | Facciolli, Giuliana da Cunha |
Orientador(es): | Klein, Stefan Fornos |
Assunto: | Marxismo Capitalismo Neoliberalismo |
Data de apresentação: | 2021 |
Data de publicação: | 1-Ago-2022 |
Referência: | FACCIOLLI, Giuliana da Cunha. Entre vanguarda e atraso: uma crítica à economia política do desenvolvimento desigual em David Harvey e Francisco de Oliveira. 2021. 80 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Sociologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021. |
Resumo: | A crise estrutural do capital a partir da década de 1970 compreende um período de profundas mudanças que marcaram a transição do regime de acumulação fordistakeynesiano em direção à acumulação flexível em países do capitalismo avançado, posteriormente emergindo ao lado de novas formas culturais, sociabilidades e práticas de governo sob o signo do Neoliberalismo. Paralelamente, as transformações radicais verificadas também na periferia do sistema – em particular, no Brasil – datam desde a marcha forçada do processo de modernização conservadora da segunda metade do século XX à sociedade ornitorrínquica pós-democratização. A presente monografia procura discutir as convergências e divergências desses padrões de desenvolvimento entre centro e periferia, se valendo das abordagens formuladas por David Harvey e Francisco de Oliveira, principalmente no que tange às transformações nos eixos de trabalho, capital e Estado. Em primeiro lugar, pretende destacar como a noção de desenvolvimento desigual e combinado utilizada nas explicações dos processos inscritos na história do desenvolvimento capitalista brasileiro serve de chave valiosa para explicar o neoliberalismo, na medida em que as práticas de acumulação primitiva se tornam recorrentes e contínuas no capitalismo contemporâneo, passando de genéticas para estruturais; os mercados de trabalho assumem uma familiar dualidade com o alastramento de formas de trabalho até então consideradas arcaicas ou secundárias; usa ativamente o aparato estatal seja para regular em prol do capital, seja para institucionalizar a força da violência na anulação dos conflitos – pulando de um autoritarismo de outrora ao risco de um “totalitarismo neoliberal”. Por fim, concluo como o Brasil, diante do desenvolvimento capitalista mundial, se colocou no atraso da vanguarda e na vanguarda do atraso (OLIVEIRA, 1998) nos diversos momentos da sua história, seja desde os princípios, com o capitalismo comercial, enquanto colônia de produção e exploração - ainda que escravocrata - até o período contemporâneo, com a ascensão do capitalismo financeiro, que já dava sinais de vida pela especulação precoce do período militar – ainda que nunca tenha completado a própria industrialização. |
Abstract: | The structural crisis of capital from the 1970s onwards comprises a period of profound changes that marked the transition from the Fordist-Keynesian accumulation regime towards flexible accumulation in advanced capitalist countries, later emerging alongside new cultural forms, sociabilities and government practices under the sign of Neoliberalism. At the same time, the radical transformations verified in the periphery of the system – particularly in Brazil – date from the forced march of the process of conservative modernization in the second half of the 20th century to the postdemocratization platypus-like society. This monograph seeks to discuss the convergences and divergences of these development patterns between the center and the periphery, using the approaches formulated by David Harvey and Francisco de Oliveira, especially with regard to the transformations in the axes of work, capital and State. First, it intends to highlight how the notion of unequal and combined development used in the explanations of processes inscribed in the history of Brazilian capitalist development serves as a valuable key to explaining neoliberalism, as the practices of primitive accumulation become recurrent and continuous in the contemporary capitalism, moving from genetics to structural; labor markets assume a familiar duality with the increase of forms of work hitherto considered archaic or secondary; it actively uses the state apparatus either to regulate in favor of capital, or to institutionalize the force of violence in the annulment of conflicts – jumping from the authoritarianism of yesteryear to the risk of a “neoliberal totalitarianism”. Finally, I conclude how Brazil, in the face of world capitalist development, has placed itself at the Avant-garde of backwardness and the backwardness avant-garde (OLIVEIRA, 1998) in the various moments of its history, whether since the beginning, with commercial capitalism, as a colony of production and exploitation - even if slavery - until the contemporary period, with the rise of financial capitalism, which already showed signs of life due to the precocious speculation of the military period - even though it never completed its own industrialization. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2021. |
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Aparece na Coleção: | Ciências Sociais - Sociologia
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