| Resumo: | Os alagamentos urbanos no Brasil são recorrentemente as causas de grandes prejuízos econômicos e sociais. Em Brasília-DF, apesar de sua topografia aplainada, também ocorreram, ao longo da última década, eventos que resultaram em problemas relacionados aos escoamentos superficiais em vários pontos da cidade, a exemplo dos alagamentos na região da UnB, principalmente nos edifícios da FT e ICC. Assim, este trabalho apresenta uma modelagem computacional das áreas de contribuição e das redes de águas pluviais a montante e a jusante da Universidade de Brasília, localizada na Asa Norte, Brasília-DF, por meio de dados cadastrais e levantados das redes e do terreno da região para investigar a formação desses alagamentos e avaliar a capacidade de transporte do sistema de manejo de águas pluviais da região. As análises foram feitas a partir de simulações 1D-2D no software PCSWMM, dos escoamentos superficiais e no interior das redes, assim como a interação entre os dois conjuntos de fluxos, sob uma abordagem uni e bidimensional acoplada, semi-distribuída dos fluxos superficiais e das interações hidrológicas na área de estudo. Os parâmetros hidrológicos e hidráulicos da superfície do terreno foram atribuídos com apoio de uma plataforma SIGa partir da classificação de uso e cobertura do solo e estudos pedológicos disponibilizados pela plataforma governamental Geoportal-SEDUH. Os dados das redes foram em sua maioria fornecidos pelos cadastros e bases de dados disponibilizados pela NOVACAP e o Departamento de Geografia da UnB, tendo sido levantados alguns pontos próximos à UnB. A avaliação do modelo foi feita utilizando dados de chuva-vazão no ponto de lançamento do Centro Olímpico da UnB, obtidos por COSTA (2013).Os eventos simulados após a avaliação, para 2, 10 e 25 anos de tempo de retorno(TR), apontaram problemas na capacidade de transporte das redes para TR de2 anos, contendo trechos com capacidades excedidas. Também foram identificados problemas no Autódromo de Brasília e na UnB, além da influência de áreas de contribuição pertencentes a redes de outras sub-bacias. As simulações com TR de 10 anos mostraram falhas abrangentes das redes de drenagem, com aumento das profundidades dos alagamentos, superando lâminas de 1m. Com 25 anos, a tendência de intensificação dos alagamentos e trechos de rede com capacidades de transporte excedidas foi mantida. Nas 3 simulações foram identificadas as mesmas trajetórias de fluxo em direção à UnB, variando somente as lâminas exercidas, iniciando principalmente nas quadras SQN 406, 407 e 408. |
