Perfil da qualidade de vida de pessoas com queixa de dor musculoesquelética, participantes do projeto de extensão de Fisioterapia

Abstract

Introdução: Qualidade de vida é entendida como sendo as percepções dos indivíduos sobre o contexto em que estão inseridos. Compreender a qualidade de vida é importante para melhorar o cuidado e o alívio de sintomas e para identificar problemas que possam afetar a vida. A dor de origem musculoesquelética é uma condição altamente prevalente na população em geral. Observa-se que esse tipo de dor tem um grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos. Fatores biopsicossociais como a cinesiofobia, percepção da dor e depressão podem estar associados a qualidade de vida. Objetivo: Este estudo teve como objetivo geral identificar o perfil da qualidade de vida das pessoas com queixa de dor musculoesquelética que preencheram ficha de inscrição para participar do projeto de extensão. Para isto, analisou-se percepção relatada de dor, medo de se movimentar (cinesiofobia) e também estados de depressão, por meio da análise de banco de dados obtidos nos documentos gerados do projeto. Metodologia: Estudo descritivo das informações obtidas a partir do banco de dados de caracterização das pessoas que se inscreveram e realizaram a avaliação no projeto ATPIN no período de 2017 a 2019. Foram analisados resultados dos questionários World Health Organization Quality of Life Assessment-Bref (WHOQOL-Bref), Escala de Percepção Visual de Dor (EPVD), Tampa Scale for Kinesiophobia (TSK) e Inventário de Depressão de Beck (BDI). Resultados: Foram analisados um total 188 prontuários, sendo 32% de homens e 68% de mulheres. WHOQOLBref: 138 pessoas responderam ao questionário, 65% do sexo feminino e 35% masculino. No domínio físico a população feminina mostrou que precisa melhorar enquanto a masculina apresentou um resultado regular. Nos domínios psicológico, relações sociais e meio ambiente, o resultado foi regular para ambos os sexos. Escala visual de dor: 182 responderam, 51% relataram dor de intensidade moderada. TSK: 124 pessoas responderam ao questionário, 72% apresentou nível moderado de cinesiofobia. BDI: 116 pessoas responderam ao questionário, 63% não relatou depressão. Conclusão: A dor de origem musculoesquelética afetou o perfil da qualidade de vida dos participantes do projeto, principalmente nos domínios físico e meio ambiente. Observou uma relação negativa da qualidade de vida com a cinesiofobia e com maiores níveis de percepção de dor, mas não foi possível identificar associação da qualidade de vida com a depressão.