As TICS como meio principal do ensino e aprendizagem no contexto pandêmico

Abstract

O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa realizada em uma escola pública da Coordenação Regional de Planaltina-DF, e tem como tema/problema as TICs como meio principal do ensino e aprendizagem no contexto pandêmico. A metodologia empregada foi a de natureza qualitativa, na qual foram utilizados dados de questionários on-line encaminhados pela escola pesquisada aos seus profissionais e aos pais e/ou responsáveis de estudantes da unidade de ensino em meados de agosto de 2020. O intuito dos questionários era o de conhecer o contexto inicial da comunidade escolar para a efetivação do ensino remoto, implantado pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, na rede pública de ensino, após a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia da COVID-19. Para a discussão do campo teórico, são apresentadas as circunstâncias do ensino não presencial no Distrito Federal, com a indicação do marco legal e as ações do Estado para sua efetivação nas escolas a partir da divulgação do Programa Escola em Casa DF. Aborda-se também as Tecnologias da Informação e Comunicação como suporte para o ensino remoto, com a análise dos desafios da comunidade escolar investigada, que precisou se reinventar para atender às demandas da nova realidade. Os resultados revelam que o planejamento e a execução do Estado para a efetivação do ensino remoto, não levaram em consideração a realidade concreta das escolas públicas do Distrito Federal e das famílias dos estudantes. A ausência de condições materiais para o acesso à internet e às tecnologias necessárias para a realização das aulas na plataforma Google Classrrom, a carência ou a pouca interação entre docentes e discentes, a sobrecarga de responsabilidades e, a inabilidade para o uso das ferramentas on-line disponíveis, tanto dos profissionais quanto das famílias dos estudantes, comprometeu ainda mais o processo de ensino e aprendizagem, já muito prejudicado pela suspensão das aulas no início da pandemia e no retorno não presencial. Nas considerações finais, foi explicitada a necessidade de investimentos tecnológicos nas unidades de ensino públicas, a retomada do desenvolvimento profissional dos docentes pautada na autonomia, no diálogo coletivo, no trabalho colaborativo e na liberdade de criação pedagógica, que foram visivelmente restringidos durante o ensino remoto. No que refere às famílias, indicou-se o resgate da parceria com a escola para a retomada sensível e gradual da aprendizagem, considerando o percurso dos estudantes eo ponto de chegada de cada um.