Título: | Literatura, os horrores da escravidão e resistência em Úrsula, de Maria Firmina dos Reis |
Autor(es): | Pires, Aline Miranda |
Orientador(es): | Braga, Cláudio Roberto Vieira |
Assunto: | Úrsula (1859) - romance abolicionista Escravidão Literatura |
Data de apresentação: | 2021 |
Data de publicação: | 4-Abr-2022 |
Referência: | PIRES, Aline Miranda. Literatura, os horrores da escravidão e resistência em Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. 2021. 18 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras Português) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021. |
Resumo: | Este trabalho analisa a obra Úrsula (1859), romance de Maria Firmina dos Reis,
através dos horrores da escravidão transpostos para a literatura e o tema da resistência. De
acordo com Alfredo Bosi, o conceito de resistência situa-se no âmbito da ética e a literatura
no âmbito da estética, contudo, no romance em questão há a junção dessas duas esferas, o que
é possível quando a romancista, sendo sujeito social, escreve a partir de seus valores. Os
valores no romance estão ligados ao conceito de resistência, pois opõem-se aos antivalores do
meio, como a injustiça, o despotismo, aspectos intrínsecos à escravidão. A partir da seleção de
trechos do romance, pertinentes ao tema, foram analisados aspectos de resistência da obra,
como a relação entre vida e obra da autora. Reis escreve a partir de um lugar social não
autorizado, sendo uma mulher negra, que escolhe escrever e denunciar as injustiças da
escravidão e da violência de gênero, temas não autorizados pelo discurso dominante, e, por
isso, aspectos de resistência da obra. Outro aspecto de resistência consiste no fato de os
personagens subalternizados socialmente possuírem voz própria no romance, acontecimento
inédito na literatura brasileira. Para falar desse lugar social, foi abordado o conceito teórico de
lugar de fala, de Djamila Ribeiro e os estudos de gênero e raça da professora Norma
Hamilton, que nos ajuda a entender a força de um romance escrito a partir de um lugar de fala
de um sujeito social atravessado por múltiplas opressões. A resistência confirma-se e faz-se
presente a partir desse lugar, fazendo com que sujeitos sociais excluídos historicamente
existam apesar de todo um contexto escravocrata e patriarcal que transforma seres humanos
em propriedades, apagando e silenciando todos que são considerados o outro da norma social. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, 2021. |
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Aparece na Coleção: | Letras - Português
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