Processos de alfabetização e letramento no contexto remoto : desafios impostos ao 1º ano do ensino fundamental

Abstract

Este estudo objetivou analisar os desafios que o contexto remoto vem impondo aos processos de alfabetização e letramento de crianças do 1º ano do ensino fundamental, de duas instituições públicas da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF). Teoricamente, está ancorado em autores, tais como: Morais (2020), Soares (2021), Freire (2021), Oliveira (2013), Ferreiro e Teberosky (1985), entre outros. Tratase de uma pesquisa qualitativa, cujas técnicas de investigação foram: observação participante com dois professores atuantes no 1º ano do ensino fundamental, em 2021, pertencentes a duas escolas da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com esses profissionais, bem como com duas supervisoras pedagógicas, de cada instituição pesquisada. Para o tratamento dos dados, recorreu-se à análise de conteúdo temática (FRANCO, 2005). Os resultados indicaram um caleidoscópio de alternativas didáticas para assegurar as aprendizagens nos modelos remoto, híbrido e presencial. O ensino da leitura e da escrita contou com plataformas digitais, atividades impressas, bem como aulas síncronas. Como desafios, destacou-se o não acesso à internet, a ausência de vivências na última etapa da educação infantil, dificuldades de adaptação ao ensino online, baixa frequência para assistir as aulas virtuais, entre outros aspectos. Em relação às práticas alfabetizadoras, constatou-se que os dois docentes recorreram a atividades voltadas para a alfabetização e o letramento, com ênfase na turma da professora C. Seus relatos indicaram uma apropriação didática e epistemológica do campo do ensino de língua portuguesa: sistema de escrita alfabética, consciência fonológica, norma ortográfica, entre outros. Do mesmo modo, as supervisoras pedagógicas, considerando os excertos, revelaram conhecimento do campo da alfabetização, alinhando-se, também, ao defendido pelo Currículo em Movimento (DISTRITO FEDERAL, 2018). Houve variações no uso de materiais e suportes didáticos, prevalecendo as alternativas digitais. Foi possível apreender um avanço nas aprendizagens do grupo-classe da instituição 2, de modo que os/as estudantes, no 1º ano, já tinham se apropriado da escrita alfabética, carecendo de um trabalho com a norma ortográfica. O emprego da avaliação diagnóstica atestou esse avanço.