Mudanças nos requisitos de exportação de madeira em toras no Brasil : quem ganha e quem perde?

Abstract

As florestas naturais do Brasil e do mundo são alvos de debate quanto ao uso dos seus produtos madeireiros. Geralmente se debate se a exploração florestal deve ser objetivada para exportação da madeira em forma de tora, visando aumentar a receita do país ou objetivada para o beneficiamento da madeira nas indústrias domésticas, visando o desenvolvimento local. Este estudo teve o objetivo de avaliar quais seriam as consequências da flexibilização nas normas brasileiras quanto às restrições da exportação de madeira em tora de florestas naturais. Para isso, foi feita extensa pesquisa bibliográfica de como o tema é tratado em outros países. A partir dos resultados de outros estudos e em outras condições de florestas, foi feita a análise econômica e ambiental de como as mudanças afetariam o Brasil e os locais produtores de madeira. Apesar dos benefícios econômicos que a liberação das exportações proporcionaria ao Brasil como um todo, as regiões produtoras e processadoras de madeira, seriam as mais impactadas negativamente com a mudança. Dessa forma, a manutenção das normas vigentes proporciona benefícios ao desenvolvimento dos municípios produtores de madeira a longo prazo. Entretanto, para nenhum dos dois casos analisados, o desmatamento e a extração ilegal são combatidos, apenas por implementar tais políticas. O governo, através de incentivos, transparência e aumento da eficiência da fiscalização florestal, deve utilizar esses instrumentos complementares aliados às restrições para proteger as florestas contra degradação.