Desafios do ensino remoto de botânica para a educação de jovens e adultos sob a perspectiva de professores do Distrito Federal

Abstract

Este trabalho consistiu em diagnosticar, por meio de uma pesquisa qualitativa as principais dificuldades no ensino de botânica da ação mediadora das professoras e professores que atuam e/ou atuaram no Ensino Remoto Emergencial (ERE) devido à situação de isolamento social. O grupo investigado abrangeu professores de Ciências/Biologia da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) atuantes em escolas públicas do Distrito Federal localizadas em diferentes regiões administrativas (RAs). A partir dos dados obtidos do Questionário Semiestruturado (QS) constatou-se que os desafios relacionados com a tecnologia foi o aspecto que mais afetou o processo de ensino-aprendizagem, e que tais dificuldades afetam diretamente o ensino de Botânica, segundo os Professores Participantes (PPs). Foi constatado que os professores de modo geral possuem uma visão mais voltada para os aspectos ecológicos da Botânica e não consideram outros domínios importantes nos quais a Botânica está inserida, podendo acarretar em perda de conhecimento e intensificação da “cegueira botânica” nos alunos. Analisou-se que apesar dos PPs afirmarem que grande parte dos alunos da EJA possuem familiaridade com as plantas, objetivos específicos relacionadas com o ensino de Botânica não são plenamente contemplados em sala. Constatou-se a partir das respostas dos participantes que houve baixa interação no ERE, que está correlacionado com diversos fatores como a falta de equipamento e internet adequados. A carência de suporte tecnológico, tanto para os professores da EJA quanto para os alunos, resulta em dificuldades de participação das atividades propostas e consequentemente no distanciamento entre o aluno com o processo de aprendizado.