Resumo: | Objetivo: Identificar a percepção sensorial de dor do trabalho de parto em nulíparas, bem como
mapear os fatores associados.
Metodologia: Conduziu-se uma revisão de escopo segundo o manual da Joanna Briggs Institute
e Protocolo Checklist Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses
Extension for Scoping Reviews nas bases de dados PubMed, CINAHL, LILACS, Web of
Science e literatura cinzenta, com etapas de seleção realizadas por revisores independentes e
resolução de conflitos por um terceiro revisor e dois experts. Incluíram-se estudos em humanos
e nulíparas, primíparas, secundíparas, multíparas ou grandmultíparas; conceitos de percepção de
dor do trabalho de parto e nascimento descritos por mulheres que vivenciaram a dor no processo
de parturição; relatos de participantes no contexto da fase de dilatação e expulsão, puerpério ou
de experiências prévias de partos. Consideram-se como tipos de estudos os delineamentos
observacionais.
Resultados: A partir da seleção dos resultados de pesquisa, 34 fontes de evidências foram
incluídas para análise. A percepção de dor em nulíparas apresentou média que variou entre: 7,36
e 10,10 na fase latente, entre 5,29 e 15,98 na fase ativa do trabalho de parto, 16,13 na fase de
transição e entre 7,24 e 11 na fase de expulsão. A média das multíparas variou entre: 5,35 e 9,76
na fase latente, entre 6,17 e 12,29 na fase ativa, 13,87 na fase de transição e entre 5,35 e 13,53
na fase de expulsão. A paridade foi a variável preditora objeto encontrada no presente estudo
como um fator que influencia à percepção sensorial de dor do trabalho de parto. Também foram
apontados como fatores associados: influência da memória de dor, ansiedade, suporte (realizado
pela equipe multiprofissional, acompanhante, companheiro, familiares ou pessoa de escolha da
mulher, além disso a realização de aulas de preparação para o parto), confiança, sentimentos de
solidão, segurança, conforto e controle com relação ao trabalho de parto expectativa e
experiência do trabalho de parto, avaliação da experiência de trabalho de parto como positiva ou
negativa, medo, escolaridade, idade materna, progressão do trabalho de parto, posição fetal,
dilatação cervical, contrações uterinas, duração do trabalho de parto, dismenorreias e problemas
menstruais, vias de parto e limiar a dor.
Conclusão: Os achados apontam evidência de maiores escores de dores entre nulíparas ou
primíparas comparado às multíparas ou grandmultíparas e que a percepção sensorial do
fenômeno doloroso pode influenciar-se por fatores tais como socioculturais, psicoemocionais,
obstétricos e assistenciais. |